Jovem que atua em projeto para instalar placas de energia solar em periferias destaca: “Se ajudo o outro, crescemos juntos! Somos luz juntos! Não haverá apagão nunca se nos somarmos!”
Ronnaldh Oliveira
Da redação
A personagem de hoje do quadro “Rosto da Ressurreição” nasceu na Bahia, mas reside em São Paulo (SP). É engenheiro eletricista e tem 26 anos. Vinicios Trindade Souza dedica parte de seu tempo ao trabalho social, onde, dentro de um processo educativo, instala placas de energia solar em casas populares melhorando a qualidade de vida em comunidades periféricas.
“Participo de uma ONG que, sensível à grande desigualdade existente em nosso país, implanta placas de energia solar em comunidades carentes, mas me alegro em dizer que não fazemos só isso. Promovemos minicursos para a população. Além da economia exorbitante da energia, promovemos consciência. Penso que, em tudo, seja isso o mais valioso”, afirma o jovem.
A motivação
Trindade sente-se motivado a ver a melhoria na qualidade de vida das pessoas, “o sorriso do pai e da mãe de família que pode investir o dinheiro que gastaria no pagamento da conta de luz em sua casa em outras coisas para a sua família. Durante as formações, os olhares atentos, as perguntas, as anotações, o interesse. Pego-me pensando muito nisso: às vezes, não damos valor às coisas, porque já a temos de mão beijada. Quem precisa praticamente matar um “leão por dia” dá valor a cada minuto!”.
Os desafios
Mesmo diante da eficácia do projeto e da disponibilidade de Vinicios, os desafios são eminentes. “Há muitas pedras que ainda precisamos retirar. Esse serviço que fazemos não é barato. As parcerias para as implementações por vezes são escassas. Os telhados das casas nem sempre são compatíveis com a instalação das placas. É necessário adaptar ou investir em novos telhados. No final, dá certo e conseguimos. Há ressurreição!”
O engenheiro eletricista relatou que, por vezes, já pensou em desistir devido aos limites de tempo e até mesmo de dedicação. “A nossa humanidade fala, né? Algumas pessoas não compreendem que posso fazer o bem, mudar a vida das pessoas e não receber por isso. Isso a mim é testemunho, é vida cristã”, acredita.
As ressurreições
Indagado acerca de sua percepção em relação às ressurreições cotidianas de sua ação, Vinicios prontamente responde: “Eu levo luz para a casa das pessoas, mas quem acaba saindo iluminado sou eu. Elas me iluminam com a sua simplicidade, com o seu sorriso pelo pouco, com o seu abraço de gratidão. Saio renovado a cada casa, a cada serviço, a cada ação.”
Leia mais
.:Rosto da Ressurreição #01 – A Ressurreição pela Inclusão
.: Rosto da Ressurreição #02 – A Ressurreição pela acolhida
.: Rosto da Ressurreição #03 – A Ressurreição pelo sorriso
O jovem, ainda recordando-se da Sagrada Escritura, encontra razões para seu agir: “Há uma passagem bíblica que diz: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire”. Ela diz muito a minha vida. Não posso estudar, saber e reter o conhecimento para mim apenas. Ganhar dinheiro pensando em mim. Se eu ajudo o outro, crescemos juntos! Somos luz juntos! Não haverá apagão nunca se nos somarmos!
Por fim, Vinicios frisou a palavra “iluminar”. “Não podemos reter luz! Se nossa luz chega à luz do outro, jamais haverá escuridão, jamais haverá apagão.. Cada um fazendo seu pouco, chegaremos ao muito”, concluiu.