Documento sobre pastoral migratória aborda desafios e respostas pastorais para fazer crescer a cultura do encontro
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
A Seção Migrantes e Refugiados, do órgão vaticano para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, publicou nesta quinta-feira, 24, novas orientações sobre a pastoral migratória e intercultural. O documento tem o prefácio do Papa Francisco, que reitera, uma vez mais, a necessidade de acolher, proteger, integrar e promover migrantes e refugiados.
“As presentes Orientações Pastorais reúnem propostas pertinentes no âmbito do ministério pastoral intercultural e traduzem de forma concreta o convite que sugeri na Encíclica Fratelli tutti de desenvolver uma cultura do encontro”, explica o Santo Padre.
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Francisco convida a retomar a imagem do poliedro, que representa uma sociedade onde as diferenças se integram e se enriquecem reciprocamente. Ninguém é inútil nem supérfluo, escreve o Papa recordando um trecho da Fratelli tutti.
Igreja sempre mais inclusiva
Em momentos de maior crise, como o atual – de pandemia e de guerras – o Papa lembra que quem acaba pagando o preço mais alto são justamente os migrantes, os marginalizados e todos aqueles que estão nas periferias existenciais. Mas os fiéis católicos são chamados, justamente, a se comprometer com uma Igreja cada vez mais inclusiva.
“Estas Orientações Pastorais convidam-nos a ampliar o modo como somos Igreja. Impelem-nos a ver a tragédia do desenraizamento prolongado e a acolher, proteger, integrar e promover os nossos irmãos e irmãs e a criar oportunidades de cooperação com vista à comunhão.”
A Igreja não deve fazer distinção entre autóctones e estrangeiros, residentes e hóspedes, reitera o Papa, uma vez que todos são peregrinos nesta terra. E ele conclui lembrando o que disse Jesus: que cada encontro com uma pessoa refugiada ou migrante é uma oportunidade para encontrar-se com Ele próprio.
Acolher, proteger, integrar e promover
O documento publicado hoje visa apresentar sugestões e propostas de ações concretas em torno dos quatro verbos indicados pelo próprio Papa diante do fenômeno migratório: acolher, proteger, promover e integrar.
A introdução dessas orientações ressalta que, com esses verbos, o Papa sintetizou o compromisso assumido pela Igreja Católica com aqueles que habitam as periferias existenciais. Recorda-se que não se trata de programas assistenciais, mas de percorrer unidos um caminho através dessas quatro ações. O objetivo é fazer com que as cidades e os países, mesmo conservando suas identidades culturais e religiosas, possam se abrir às diferenças e saibam valorizá-las.
Além do prefácio do Papa, o documento traz sete tópicos com reflexões/orientações que discorrem sobre: reconhecer e vencer o medo, promover o encontro, escutar e ter compaixão, viver a catolicidade, reconhecer os migrantes como uma benção, cumprir a missão evangelizadora, cooperar com vista à comunhão.