Sessão de emergência do Conselho para a Paz e a Segurança da União Africana foi convocada para hoje, após apelo feito pelo Papa ontem
Agência Fides
Foi convocada para esta segunda-feira, 8, uma sessão de emergência do Conselho para a Paz e a Segurança (PSC) da União Africana (UA). A sessão, motivada pelas recentes mudanças no contexto do conflito, centra-se no tema: “Atualização sobre a situação no norte da Etiópia”. O impulso decisivo para intervir veio do apelo que o Papa Francisco fez no Angelus deste domingo, 7.
“Acompanho com preocupação as notícias vindas da região do Chifre da África, em particular da Etiópia, abalada por um conflito que já se arrasta há mais de um ano e que já causou inúmeras vítimas e uma grave crise humanitária. Convido todos a rezar por aquelas populações tão duramente provadas e renovo o meu apelo para que prevaleçam a concórdia fraterna e o caminho pacífico do diálogo”.
Fontes locais que pediram anonimato disseram à Agência Fides que “a preocupação é grande e que a intervenção do Papa Francisco foi decisiva para mover um pouco as coisas, também na Itália”.
“Observando os esforços e expressões de compromisso para enfrentar a situação, o Conselho para a Paz reitera o apelo dos Presidentes da Comissão da UA para a cessação das hostilidades e a necessidade de iniciar um processo político para acabar com a escalada dos combates”, explica a fonte da Fides.
“Para este fim o subsecretário das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, visitou Makalle ontem [domingo], pedindo um maior acesso para as ajuda aos civis em meio ao confronto entre rebeldes e forças governamentais. As forças da TPLF e do oromo do OLA estão concentradas na conquista das vias de comunicação. Há uma grande mobilização da população de Amara para lutar ao lado do exército federal que passa por graves dificuldades no terreno e que está recrutando soldados idosos já dispensados, assim como civis. De ambos os lados, a campanha de informação para denunciar crimes é muito forte.”
“No domingo, 7 de novembro de 2021, houve uma grande manifestação em Adis Abeba de apoiadores do primeiro-ministro Abiy, enquanto eram registradas muitas prisões de tigrinos na cidade. As forças do governo entraram no complexo dos salesianos e prenderam trabalhadores e 17 sacerdotes da etnia tigrínia, incluindo o Superior provincial. Este fato não foi confirmado pelos meios de comunicação, mas é relatado por várias fontes católicas, muito preocupadas com o destino dos presos e a divisão étnica que se faz no mundo católico, o que poderia abrir cenários muito preocupantes para o Igreja Local.”