É o maior número já registrado pela Acnur; Síria e Venezuela foram os países mais afetados
Da redação, com agências
O número de pessoas deslocadas por conflitos e crises no mundo alcançou a marca de 82,4 milhões em 2020, anunciou a ONU nesta sexta-feira, 18. É o maior número já registrado pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), com aumento de 4% em relação a 2019, quando 79,5 milhões de pessoas estavam em deslocamento forçado.
O Relatório Tendências Globais afirma que a quantidade de deslocados no mundo dobrou nos últimos dez anos, apesar da pandemia. Síria e Venezuela foram os países mais afetados. A Síria ocupa o primeiro lugar em nível mundial, com 6,7 milhões de cidadãos que foram obrigados a abandonar suas casas, seguida pela Venezuela, com 4 milhões, destaca o relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Atrás da Síria e da Venezuela aparecem Afeganistão (2,6 milhões), Sudão do Sul (2,2 milhões) e Mianmar (1,1 milhão).
Mais de 1% da população mundial – uma em cada 95 pessoas – estão neste momento em deslocamento forçado.
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Covid-19
A divulgação do relatório é parte do calendário do Acnur Brasil para marcar o Dia Mundial do Refugiado, comemorado dia 20 de junho.
O relatório mostra que durante o pico da pandemia em 2020, mais de 160 países fecharam suas fronteiras, com 99 deles não fazendo qualquer exceção para pessoas em busca de proteção internacional. Segundo a Acnur, apesar da pandemia e dos pedidos de cessar-fogo, conflitos continuam a expulsar pessoas de suas casas.
Segundo a ONU, eles são especialmente vulneráveis, ainda mais quando as crises perduram por muitos anos. Novas estimativas da Acnur mostram que quase 1 milhão de crianças nasceram como refugiadas entre 2018 e 2020. Muitas delas deverão permanecer nessa condição nos próximos anos.
Acolhimento e retorno
De acordo com os números da ONU, a Colômbia foi o segundo país do mundo que mais recebeu população refugiada (7% do total), atrás apenas da Turquia (3,7 milhões) e à frente do Paquistão (1,4 milhão), Uganda (1,4 milhão) e Alemanha (1,2 milhão).
Em 2020, quase 3,2 milhões de deslocados internos e apenas 251.000 refugiados conseguiram retornar para suas casas, respectivamente 40% e 21% a menos que em 2019.