O vulcão La Soufrière estava inativo desde 1979, e a última erupção não causou vítimas, mas retomou suas atividades em dezembro do ano passado
Da redação, com Vatican News
A Caritas de Santa Lúcia, Granada, Dominica, junto com ao Catholic Relief Services, membro estadunidense da confederação Caritas, mobilizaram-se pelas ilhas São Vicente e Granadinas, onde a erupção do vulcão La Soufrière vem causando grandes danos desde 9 de abril.
Povoados inteiros estão cobertos de cinzas, e o acesso à água potável é extremamente limitado. 20.000 pessoas estão desabrigadas, a infraestrutura e a agricultura foram gravemente afetadas e as Caritas estão trabalhando em conjunto para fornecer bens de primeira necessidade — comida, água, kits de higiene, máscaras, óculos de proteção — e oferecer suas competências na resposta à emergência.
Mesmo fora da “zona vermelha” em torno do vulcão, de acordo com um comunicado da Caritas Internationalis, a população continua a enfrentar tremores, novas erupções e a grande queda de cinzas, que além de causar problemas respiratórios, pouca visibilidade, pelo peso do acúmulo de cinzas faz desabar os telhados das casas.
“Na memória viva, trata-se do pior desastre que já atingiu a ilha”, afirmou Marcia Haywood, coordenadora regional da Caritas Antilhas, que fica em uma ilha próxima. “As pessoas estão traumatizadas, porque não podem regressar às suas casas. As cinzas também estão causando problemas respiratórios aos ilhéus e afetando a qualidade do ar e a visibilidade das ilhas vizinhas”.
Com a atividade do vulcão La Soufrière, agravou-se a emergência sanitária provocada pela pandemia Covid-19, e a coordenadora regional da Caritas Antilhas prevê uma “crise dentro da crise”, visto as condições de proximidade com que os deslocados se veem obrigados a viver, o que leva ao risco do aumento dos contágios.
E precisamente a pandemia e a necessidade de quarentena dificultam também a evacuação da ilha e o emprego de pessoal de apoio, já que quem chega a São Vicente deve permanecer isolado por 21 dias.
Atualmente, a Caritas está realizando uma nova avaliação das necessidades das pessoas e um coordenador de emergência foi enviado à Santa Lúcia. A Caritas local também mobilizou jovens voluntários especialmente treinados para responder a emergências.
“Temos um programa de formação voltado a incentivar os jovens a se tornarem os primeiros socorristas. Nossas ilhas são anualmente afetadas por furacões, e muito trabalho foi feito para garantir que nossas organizações Caritas possam contar com pessoas competentes, capazes de lidar com emergências. Por exemplo, para este ano, já sabemos que a temporada de furacões será de intensidade acima da média”, disse Marcia Haywood.
O vulcão La Soufrière estava inativo desde 1979, e a última erupção não causou vítimas. Ele reiniciou suas atividades em dezembro do ano passado.