“Quero uma igreja pobre para os pobres”, a afirmação é do patrono da Cáritas Brasileira, dom Helder Câmara
Da Redação, com CNBB
A Caritas celebra, nesta quinta-feira,12, os 64 anos de história no Brasil. Para celebrar seu 64º aniversário de fundação, a Cáritas Brasileira apresenta uma série de eventos e celebrações comemorativas que vão até 17 de novembro, com destaque para a celebração eucarística nesta quinta-feira, 12, no Santuário Bom Jesus da Lapa (BA).
“Temos muito o que celebrar e também agradecer pelas muitas conquistas. São incontáveis as famílias atendidas com acesso a alimentos água. São milhares de migrantes acolhidos e atendidos nas suas necessidades, assim como projetos para geração de trabalho e renda em 40 anos de experiências com a Economia Popular Solidária. Celebramos a incidência política para garantir o direito dos jovens, crianças, mulheres, povos e comunidades tradicionais. Celebramos 64 anos de solidariedade em defesa da vida!”, destaca o diretor-executivo da Cáritas Brasileira, Carlos Humberto Campos.
Há 64 anos, a Cáritas Brasileira vive sob os valores da pastoralidade transformadora. “Quero uma igreja pobre para os pobres”, a afirmação é do patrono da Cáritas Brasileira, dom Helder Câmara. Compartilhando esse princípio fundamental de proximidade com as pessoas em situação de vulnerabilidade social, em 12 de novembro de 1956, o bispo cearense, então secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), protagonizou o nascimento da instituição, que hoje atua em todo território nacional, por meio de suas 187 entidades-membro, em 12 regionais e 5 articulações.
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Em novembro de 2019 a Cáritas Brasileira realizou sua XXIV Assembleia Nacional, em Teresina (PI) e reafirmou a missão institucional: “Testemunhar e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo toda forma de vida e, participando da construção solidária da sociedade do Bem Viver, sinal do Reino de Deus, junto com as pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social”.
Conversão pastoral
De acordo com a vice-presidente da Cáritas Brasileira, irmã Cleusa Alves da Silva, em sua trajetória, a Cáritas Brasileira caminha com as pessoas empobrecidas e busca revelar, por meio de suas ações, o rosto materno e misericordioso de Deus. “Desde a sua fundação, a Cáritas no Brasil cultiva a prática de ouvir respeitosamente o sofrimento dos empobrecidos e dos que estão em situação de vulnerabilidade e busca favorecer ferramentas para transformar a vida deles. Entre erros e acertos, ela faz um caminho de conversão contínua, que a faz passar da ação assistencial para a promoção humana, e daí para a conquista de direitos e a consolidação de políticas públicas”, conta a religiosa.
São 64 anos de muita luta e compromisso – prossegue a vice-presidente- “celebrados entre dores e alegrias, retrocessos e conquistas, mas sempre na certeza de estar contribuindo na construção da sociedade do Bem Viver, sinal do Reino de Deus no meio de nós”.
“O que temos para celebrar?”, pergunta o bispo diocesano de Roraima, segundo vice-presidente da CNBB e presidente da Cáritas Brasileira, dom Mário Antônio da Silva. “O aniversário da Cáritas Brasileira já é, pela sua história, uma mensagem de esperança, perseverança e fidelidade àquilo que nos ensina Jesus no Evangelho: amar a Deus em primeiro lugar e ao próximo como Ele nos ama. Hoje, a minha mensagem é de alegria e gratidão a todas a mulheres e homens que colaboram para que a Cáritas continue sendo um serviço aos mais pobres e necessitados. Que a história da Cáritas continue abrindo caminhos novos e fecundando corações de mulheres e homens para que produzam na caridade frutos para a vida do mundo”, deseja dom Mário.
A esperança marca a atuação da Rede Cáritas e está presente em todas as jornadas empreendidas pela instituição. Transformada em verbo pelo educador Paulo Freire, o infinitivo esperançar indica a utopia que mobiliza o coração da Cáritas Brasileira e encontra um eco potente também na voz do Papa Francisco, como destaca o diretor executivo da Cáritas Brasileira, Carlos Humberto Campos.
“Apesar das sombras que nos interpelam e interpelam no contexto atual, nossa mensagem no momento é de viver o esperançar. Cultivar a alegria e a prática da solidariedade. Como bem nos convida o Papa Francisco: ‘A esperança é ousada, sabe olhar para além das comodidades pessoais, das pequenas seguranças e compensações que conduzem o horizonte, para abrir aos grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna’. É com esse espírito e sentimento que queremos continuar a missão solidária da Cáritas”, conclui Campos.