PROTEGENDO A VIDA

Cardeal de Hong Kong defende a promoção de uma cultura da vida

Em sua mensagem para o Dia Pró-Vida 2020, o cardeal John Tong de Hong Kong exorta os cristãos a promoverem uma ‘cultura da vida’

Da redação, com Vatican News

Cardeal John Tong, Administrador Apostólico de Hong Kong / Foto: Reprodução Youtube

O cardeal John Tong, Administrador Apostólico de Hong Kong, convidou os cristãos a “revisitar a noção de cultura da vida”. Seu convite chega às vésperas do Dia Pró-Vida 2020, que este ano coincide com o 25º aniversário da promulgação da encíclica do Papa São João Paulo II de 1995, Evangelium Vitae (O Evangelho da Vida).

Nos últimos sete meses, observou Dom Tong, “a pandemia custou a vida a mais de 810 mil e infectou mais de 23,5 milhões de pessoas em todo o mundo. Esse desastre nos leva a refletir sobre os valores e o significado da vida e a valorizá-los ainda mais”, observou o religioso.

A encíclica O Evangelho da Vida “pretende ser uma reafirmação precisa e vigorosa do valor da vida humana e da sua inviolabilidade e, ao mesmo tempo, um apelo premente dirigido a cada pessoa, em nome de Deus: respeitar, proteger, amar e servir a vida, cada vida humana”, disse o cardeal, citando a Evangelium Vitae.

Covid-19 e a cultura da vida

O cardeal Tong observou que, no início da pandemia Covid-19, alguns países adotaram algumas políticas e atitudes que trataram a pandemia de maneira branda — como se fosse uma gripe comum ou tratando-a com a abordagem de “imunidade de rebanho”. Essas atitudes, disse o cardeal, “desvalorizaram nossos irmãos e irmãs vulneráveis”, fizeram-nos “negligenciar nossa responsabilidade de cuidar de nossos irmãos e irmãs adequadamente” e intensificou o impacto da “cultura da morte”.

Contrastando com a encíclica, o Cardeal Tong disse que São João Paulo II nos convidou a contemplar o sentido da vida, sua grandeza e fantasia, respeitando que todos têm direito à vida. Essa reflexão deve, por sua vez, levar-nos a “praticar o bem, amar e cuidarmos um dos outros”, pois o valor de uma pessoa não é determinado por nenhuma categoria, mas “simplesmente porque é uma pessoa independente de quaisquer deficiências ou incapacidades”.

Ele saudou o sacrifício de muitos padres que, apesar das taxas de infecção, continuaram a visitar pacientes com coronavírus, muitas vezes sob o risco de se infectarem. Eles vivem as palavras de nosso Jesus, segundo ele, pois “ninguém tem maior amor do que este, dar a vida pelos amigos” (João 15,13).

Promovendo uma nova cultura da vida

Para promover uma nova cultura de vida, o cardeal enfatizou a importância de obedecer ao mandamento de Deus: “Não matarás”. A obediência a este mandamento, explicou Dom Tong, inclui não se enfurecer com o irmão, pregar o Evangelho da vida e apoiar “todos os programas, organizações e ensinamentos que promovem os valores da vida e servem a este evangelho”.

Neste sentido, a vida humana deve ser respeitada e tratada como “um dom de Deus, sagrado e inviolável”, desde a concepção até a morte natural. Consequentemente, aborto e eutanásia são “absolutamente inaceitáveis”, pois o valor da vida se baseia em dar e aceitar amor com o entendimento de que “atos conjugais dos casais são orientados à procriação da vida”.

Ciência, tecnologia a serviço da vida humana

O cardeal Tong explicou que ciência e tecnologia podem ser usadas “a serviço da vida humana e sua integridade”, insistindo que os avanços na biotecnologia precisam ser compreendidos a fim de serem usados “para a promoção e proteção da vida”.

Com relação a este assunto, o cardeal reconheceu o papel do Centro de Recursos de Bioética da Faculdade e Seminário da Espírito Santo de Teologia e Tecnologia, da Comissão Pastoral Diocesana para o Matrimônio e da Família e das escolas católicas que identificam a “vida” como um dos seus valores educacionais fundamentais. Ele também recomendou o Sistema Modelo de Cuidado de Fertilidade Creighton para casais que estão tendo dificuldades em engravidar e serviços de planejamento familiar natural para casais que estão se preparando para ter filhos.

Assinalando que a sociedade contemporânea está dividida entre uma “cultura da vida” e uma “cultura da morte”, o Cardeal Tong apelou a um pensamento crítico “capaz de discernir os verdadeiros valores e as necessidades autênticas” para construir uma cultura da vida.

Em conclusão, o religioso exortou todos a “amar e respeitar cada vida humana, caminhar em frente com paciência e coragem, para promover ‘a cultura da vida’, que é fruto da verdade e do amor.”

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