A escultura que se venera na Capelinha das Aparições foi encomendada em 1919. Produzida em cedro do Brasil, a imagem foi abençoada em 13 de maio de 1920
Da Redação, com Santuário de Fátima
O dia 13 de maio, dedicado à devoção de Nossa Senhora de Fátima, foi celebrado de modo diferente em todo o mundo, principalmente no Santuário de Fátima, Portugal. Foi vivido sem a presença física dos fiéis, mas acompanhado da devoção de “peregrinos virtuais”, que se emocionaram aos verem as imagens da “Senhora vestida de branco”, como a nomearam os três Pastorinhos no início das aparições.
A bela imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, reproduzida hoje em todo o mundo, tem uma história repleta de significados para os devotos. A escultura que se venera na Capelinha das Aparições foi encomendada, em 1919, por um devoto de Torres Novas, Gilberto Fernandes dos Santos, à Casa Fânzeres, de Braga, correspondendo ao desejo de os peregrinos terem, além da Capelinha, uma imagem que pudessem identificar como sendo a da “Senhora envolta em luz” que apareceu aos três Pastorinhos em 1917.
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Obra do santeiro José Ferreira Thedim, inspirada numa imagem de Nossa Senhora da Lapa, venerada em Ponte de Lima, a Imagem foi “modelada e executada conforme o relato das videntes”, tal como lhe foi transmitido pelo cónego Manuel Formigão. Não beneficiou, portanto, do testemunho direto de Lúcia, Francisco e Jacinta.
Com 1,04 metros de altura, a escultura foi produzida em cedro do Brasil, ficando a cargo da Casa Teixeira Fânzeres, de Braga, a aplicação de policromia e de dourados.
A Imagem foi benzida, em 13 de maio de 1920, pelo pároco de Fátima, padre Manuel Marques Ferreira, na Igreja Paroquial, tendo sido levada para a Capelinha das Aparições em 13 de junho daquele ano.
Durante a noite, a Imagem era recolhida pela zeladora Maria Carreira – conhecida por Maria da Capelinha –, razão pela qual escapou incólume ao atentado de 6 de março de 1922, que destruiu parcialmente a Capelinha.
A Imagem, que fora solenemente coroada pelo Legado Pontifício, o cardeal Aloisi Masella, em 13 de maio de 1946, foi restaurada pelo seu autor em 1951; desde então, tem sido retocada várias vezes.
Desde maio de 1982, com a renovação da Capelinha das Aparições a tempo da primeira visita de João Paulo II, que a Imagem assenta no exterior da Capelinha numa peanha que assinala o local exato onde se encontrava a azinheira (entretanto desaparecida por ação dos devotos) sobre a qual Nossa Senhora apareceu aos três Pastorinhos.
Protegida por uma redoma de vidro à prova de bala, a Imagem era recolhida ao final do dia, poucos minutos antes da meia-noite, para o interior da Capelinha, por uma questão de segurança, regressando àquele local na manhã seguinte.
Essa prática foi abandonada desde que, em 2009, o Santuário de Fátima passou a transmitir na internet, 24 horas por dia, imagens da Capelinha. Desde então, a escultura que representa Nossa Senhora de Fátima está permanentemente à vista de todos, não só na Cova da Iria, mas também, verdadeiramente, em todo o mundo, através da divulgação das imagens via internet, acessível através do site oficial do Santuário.