Gesto do Papa Francisco de beijar os pés dos líderes sul-sudaneses em abril do ano passado e implorar pela paz pode ser considerado um encorajamento
Da Redação, com Vatican News
A partir desta quarta-feira, 15, o compromisso para cessar as hostilidades no Sudão do Sul, segundo um acordo assinado no domingo, 12, na Comunidade Santo Egídio de Roma, entre o governo do Sudão do Sul e os opositores da Aliança dos Movimentos de Oposição do Sudão do Sul (Ssoma).
Em abril do ano passado, líderes sul-sudaneses estiveram no Vaticano e um gesto do Papa Francisco na ocasião pode ser considerado um encorajamento: Francisco beijou os pés dos líderes e implorou para que terminassem os combates (reveja o gesto no vídeo abaixo).
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Com este Acordo – Declaração de Roma – , o governo e os movimentos de oposição que não faziam parte do acordo de paz de Addis Abeba manifestaram seu compromisso pela cessação das hostilidades a partir de 15 de janeiro.
Na coletiva de imprensa para a apresentação do documento, o secretário-geral da Comunidade de Santo Egídio, Paolo Impagliazzo, explicou: “A Declaração de Roma para o processo de paz no Sudão do Sul é de grande importância porque é o resultado de um trabalho intenso que durou mais de dois anos e do compromisso que a Comunidade de Santo Egídio exerceu para facilitar o diálogo político no Sudão do Sul. O acordo de paz quer dizer um renascimento para este país e a possibilidade de um diálogo político entre as várias partes ao redor de uma mesa sem discussões. O Papa Francisco, com o seu gesto no encontro de 11 de abril, atingiu o coração de todos, levando-os seriamente a buscar um caminho de reconciliação”.
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Governo e oposição declararam que estão prontos para permitir o acesso humanitário, que tinha sido interrompido, às organizações locais e internacionais, inclusive as não governamentais, para aliviar os sofrimentos da população martirizada pela guerra e também pelas terríveis enchentes.
Barnaba Marial Benjamin, chefe da delegação do Governo do Sudão do Sul, observa: “Ainda temos muito caminho pela frente, por isso pedimos que não nos abandonem, mas continuem a sua colaboração conosco”.
De fato, o trabalho da Comunidade de Santo Egídio para obter este resultado é intenso. Paolo Pagliazzo afirma: “Continuaremos a seguir este processo e brevemente será feita uma nova reunião para entender como atuar os mecanismos do cessar fogo e propor uma agenda de compromissos para iniciar um verdadeiro diálogo político”.