Países árabes e países em desenvolvimento pedem mais apoio para que possam enfrentar o aquecimento global
Da redação, com Reuters
Países em desenvolvimento e os países árabes disseram-se preocupados com o “progresso desequilibrado” durante a Conferência das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas (COP 24), em Katowice, na Polônia, país que sedia o evento pela terceira vez.
Esses países demandam mais apoio financeiro e tecnológico para antes de 2020. Essas nações se manifestaram sobre o progresso e as agendas das países mais desenvolvidos. “Temos visto progressos desiguais em uma série de assuntos”, disse Wael Aboulmagd, um dos responsáveis pelo grupo chinês.
Alguns dos 190 países que estão no encontro concordaram em assinar um “livro de regras” para implementar o que foi acordado em Paris com relação à redução dos gases que causam o efeito estufa. Esta conferência é tida como a mais importante desde que o pacto em Paris foi firmado em 2015.
Os países árabes criticaram o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em outubro, no qual é dito que foi possível limitar a temperatura na Terra para até 1,5ºC e evitar que níveis prejudiciais de aquecimento global provoquem mudanças radicais no consumo de energia.
O chefe do grupo árabe, Ayman Al Shasly, disse que o relatório tinha deficiências, incluindo a falta de detalhes sobre a necessidade de financiamento.
O atritos envolvendo o Brexit e os tumultos franceses afastaram muitos chefes de governo da semana final e crucial das negociações sobre o clima, com apenas quatro líderes nacionais presentes.
Força política se faz necessária
Miguel Arias Canete, comissária da União Europeia para as Mudanças Climáticas, alertou para o fato que a vontade política é a chave necessária para que o aquecimento global seja limitado a 1,5ºC.
“Nós realmente pedimos para que todas as prtes se engajem de forma construtiva nos próximos dias a fim de superarmos as diferenças e podermos cumprir o programa firmado no Acordo de Paris”, disse Canete.
Os ministros do Meio Ambiente da França e da Alemanha conversaram a respeito da necessidade de políticas de reconciliação que reduzirão as emissões de gases com a necessidade dos cidadãos. “Estou convencido de que a ação climática só pode ser bem-sucedida se levarmos a sério as preocupações das pessoas que trabalham e vivem na região do carvão. Os políticos devem oferecer alternativas especialmente em regiões que são estruturalmente fracas”, disse o ministro alemão Svenja Schulze.
“Temos que ser claros, o movimento amarelo dos coletes na França expressa raiva, a raiva vai muito além da questão climática”, disse o ministro da Transição Ecológica e Inclusiva da França, Brune Poirson, referindo-se aos manifestantes que agiram contra o governo, numa ação desencadeada por conta do aumento no valor do combustível e dos impostos.