Sínodo para a juventude

Bispos iniciam trabalho dos Círculos Menores no Sínodo

Padres sinodais apontaram a necessidade de uma Igreja empática, em diálogo, que evite auto-referencialidade e preconceitos

Da redação, com Vatican News

Bispos concentrados na Sala Sinodal/ Foto: Vatican Media

Catorze sínteses, seis línguas, e um tema: a escuta. Deste modo articula-se o trabalho dos Círculos Menores sinodais, centrado na primeira parte do Instrumentum Laboris, na quinta Congregação geral do Sínodo, realizada na manhã desta terça-feira, 9. Padres sinodais apontaram a necessidade de uma Igreja empática, em diálogo, que evite auto-referencialidade e preconceitos. Pontos sobre a credibilidade do testemunho também foram evidenciados, além da necessidade de uma juventude valorizada.

“A sua participação ativa na vida eclesial deve ser promovida e relançada, o seu compromisso deve ser bem aproveitado numa perspectiva de verdadeira sinodalidade, para que sejam protagonistas, com responsabilidade, de processos e não de eventos individuais. Deste modo, eles serão evangelizadores de seus coetâneos”, declararam os padres sinodais.

O Sínodo reitera, segundo os participantes, a necessidade de oferecer aos jovens razões para viver e esperar, evitando moralismos e mostrando que a vida é a resposta à vocação que Deus dá a cada um de nós. “No fundo, a vida é bonita porque tem sentido. Os jovens são capazes de tomar decisões, mas é preciso ajudá-los a tomar decisões a longo prazo. (…) Sismógrafo da realidade, os jovens são Igreja”, afirmaram.

Os Círculos menores se detêm sobre o tema da cultura digital, presente na vida dos jovens. Rica de luz, mas também de sombras, a cultura digital traz à juventude, de acordo com os padres sinodais, o risco de uma atitude compulsiva para com a “cultura da tela”, de uma “demência digital”, sendo a presença da Igreja essencial para acompanhar os jovens.

O tema dos abusos foi também examinado pelos 14 Círculos menores. Caracterizado como um escândalo que ameaça a credibilidade da Igreja, o abuso foi apontado com um tema que deve ser abordado de forma profunda, reconquistando a confiança dos fiéis, sem se esquecer o que já foi feito pela Igreja para combater e prevenir esse crime e evitar outras faltas catastróficas. Os membros do clero participantes do Sínodo reafirmaram a importância da ajuda aos sobreviventes dos abusos e o encontro do perdão e da reconciliação.

O olhar da Sala Sinodal também foi dirigido ao tema da migração, que afeta muitos jovens. Uma pastoral adequada ao setor e um envolvimento conjunto das Conferências Episcopais afetadas diretamente por esse fenômeno foram sugestões apontadas para o apoio dos migrantes e refugiados. Os bispos defenderam a causa e a importância da promoção de oportunidades nos países de proveniência e nos de acolhimento.

Acesse
.: Notícias sobre o Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens

Os padres sinodais também foram pautados pela formação e educação sólida, interdisciplinar e integral. Recordaram a importância das escolas e universidades católicas, que devem ser valorizadas, e não instrumentalizadas, e sobre a necessidade de formarem os jovens na fé e na vida cristã, uma das tarefas principais da Igreja e que deve seguir a promoção de uma educação ao respeito e ao diálogo inter-religioso e ecumênico.

A questão da formação também foi elencado como um desafio da pastoral familiar, que foi caracterizada como um instrumento que ajuda na transmissão da fé entre as várias gerações. “Hoje a família está passando por uma fase de crise, devido à sua desestruturação e ao enfraquecimento da figura paterna”, afirmaram os participantes do Sínodo.

Acompanhar os jovens ao encontro pessoal com Jesus é, para os padres sinodais, responsabilidade de todo fiel, pois é na juventude que se constrói a base da família. “A Igreja, “família de famílias”, deve oferecer aos jovens uma verdadeira experiência familiar, na qual se sintam acolhidos, amados, cuidados e acompanhados em seu crescimento, em seu desenvolvimento integral e na realização de seus sonhos e esperanças”, pontuaram.

Os participantes do Sínodo retomaram também a necessidade de um novo estilo de vida sacerdotal e de bispos que saibam acompanhar de maneira competente os jovens, capazes de se confrontar com o secularismo, e com a globalização, oportunidades para conciliar modernidade e tradição.

Além disso, de vários Círculos surgiu a proposta de que do Sínodo saia uma mensagem aos jovens e que tenha um estilo narrativo adequado para transmitir-lhes a esperança cristã com palavras proféticas que relatam o olhar de Deus sobre a juventude. Desta ótica, o uso de multimídia também é sugerido, a fim de se dirigir aos jovens não apenas com um texto escrito, mas também com vídeos e imagens.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo