Gestores precisam de conhecimento para saber escolher o melhor caminho
André Prado*
Bastante se comenta nas organizações sobre delegação, centralização e descentralização. Existem muitas dúvidas sobre como aplicá-las, inclusive é preciso ter certo conhecimento gerencial para a aplicação destas questões.
A delegação ocorre geralmente quando o superior hierárquico na empresa passa a responsabilidade de uma tarefa ao subordinado. Entretanto, não é porque algo foi delegado que o colaborador deverá executar a atividade sem supervisão e apoio.
Existem colaboradores que são mais rápidos ao compreender como uma tarefa é executada, ocasião em que outras incumbências poderão ser delegadas. No entanto, existem os subordinados mais lentos em aprender. Neste caso novas atividades somente deverão ser atribuídas quando já dominarem os processos das anteriores.
Na centralização, o poder decisório é concentrado na alta cúpula da empresa, e, comumente, é utilizada para manter a uniformidade de decisões para melhor gerir as urgências. A gestão centralizada possui entre suas vantagens a: uniformidade das ações, rápida aplicação de decisões estratégicas e maior segurança nas informações.
Porém, a centralização pode apresentar desvantagens quando as decisões são tomadas por gestores distantes dos fatos, que não possuam competência para decidir sobre determinados assuntos, em ocasiões em que não há conhecimento da real situação, quando as linhas de comunicação são ineficientes, em situações em que existem muitas pessoas envolvidas no processo, entre outras.
Já na descentralização, ocorre a distribuição do poder para a tomada de decisão nos níveis hierárquicos da organização. Desta forma, o poder decisório não fica mais concentrado na alta cúpula. A gestão descentralizada tem por objetivos minimizar o volume de trabalho da alta administração, para promover o desenvolvimento gerencial dos que ocupam o nível tático, para gerar maior motivação e assim por diante.
De toda forma, como quase em tudo, há vantagens e desvantagens. Assim sendo, a descentralização pode: não ser tão eficiente se a comunicação for falha, apresentar problemas para localizar os responsáveis em algumas situações, gerar dificuldades no controle e avaliação.
A aplicação prática
Uma série de gestores se perde em relação à delegação, centralização e descentralização. Alguns até confundem a delegação com a descentralização, sendo que a primeira está ligada à pessoa e a segunda ligada ao cargo.
A delegação depende muito das capacidades e habilidades dos funcionários. Certos colaboradores são resolvidos, despachados e desenrolados, tornando-se desejáveis para as empresas no desenvolvimento das atividades. Já outros necessitam até de força de tarefa por parte de seus superiores, ou seja, necessitam de uma supervisão maior para a execução dos afazeres.
A descentralização quando bem aplicada pode: propiciar mais tempo livre para que a alta administração se preocupe com as atividades que necessitem de mais atenção, gerar maior participação, capacitação, inovação e motivação, aumentar a produtividade e assim sucessivamente.
Não é incomum ouvir no ambiente empresarial sobre gestores centralizadores do tipo que quando estão ausentes ou desconectados da empresa todos os processos começam a travar. Não é difícil encontrar chefes nas corporações que recebem este estigma por serem inseguros e desejosos que todas as decisões sejam tomadas por eles.
Determinados chefes se nomeiam adeptos da descentralização e da concessão de autonomia, mas é só algo sair errado que procuram os possíveis “culpados” que não recorreram a eles para que pudessem decidir o que fazer.
Não que por isso determinados setores não possam ser centralizados, como, por exemplo, a área financeira de uma empresa cujos recursos devem ser preservados, controlados e bem administrados.
Cabe lembrar que se os administradores não forem competentes, nada dará certo nas organizações. Em outras palavras é preciso saber em quais circunstâncias deve-se delegar, centralizar ou descentralizar.
Uma boa ferramenta para auxiliar aplicação de cada escolha denomina-se 5W2H provenientes dos termos em inglês: What (o que será feito), Why (por que será feito), Where (onde será feito), When (quando será feito), Who (por quem será feito), How (como será feito) e How Much (quanto custará fazer).