Para o reitor do Santuário Nacional de Aparecida, o Dia Oracional quer renovar os compromissos dos devotos a Nossa Senhora
Thiago Coutinho
Da redação
O Santuário Nacional de Aparecida idealizou o Dia 12 de cada mês como Oracional. O dia remete a 12 de outubro, data dedicada à Padroeira dos Brasileiros, Nossa Senhora Aparecida. A Igreja espera que essa iniciativa leve os fiéis a reforçarem seu amor à santa e também a renovareem seus compromissos com a fé.
“O mundo em que estamos vivendo às vezes nos desvia a atenção de coisas que são fundamentais em nossas vidas. Uma delas é justamente a nossa prática de fé. Temos, por exemplo, alguns feriados que a Igreja chama de ‘dias santos’ e que agora são apenas feriados. Queremos chamar atenção para o dia 12 como se o dia 12 de outubro se prolongasse pelo ano todo”, explicou o padre e reitor do Santuário Nacional, João Batista de Almeida.
O dia de oração mariana não ignora o evento que movimentará a vida dos fiéis e de todos os brasileiros: as eleições presidenciais, em outubro. A Igreja confia no enorme poder de sensibilidade da oração, por isso considera importante dirigi-las aos governantes, a fim de que adquiram mais afeto pelos necessitados.
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“Temos, como cristão, a obrigação de rezarmos pelos que governam, precisamos de governantes mais comprometidos com as necessidades do nosso povo. E a oração tem um poder muito grande de transformação nos corações. Por isso pedimos a Deus que todos eles tenham um coração voltado ao povo e se esforcem para atender às necessidades deles”, afirmou o reitor do Santuário. “Não só para aqueles que querem se eleger como presidentes, mas também para governadores, senadores, deputados, aqueles que forma o poder Legislativo e Judiciário, que decidem o destino do nosso país. Queremos que Deus olhe para cada um deles e, principalmente, para o nosso povo, que possa fazer uma boa escolha”, reiterou.
Nossa Senhora restaurada
Este ano será marcado por outro evento importante na trajetória de Nossa Senhora Aparecida: a celebração de quatro décadas de restauração da imagem da Padroeira do Brasil, após ter sido quebrada em maio de 1978 e, posteriormente, reconstruída no Museu de Arte de São Paulo (MASP) pela artista plástica e chefe do Departamento de Restauração, Maria Helena Chartuni.
A data, porém, traz um simbolismo forte de restauração, sobretudo para o povo brasileiro, cuja dignidade é “quebrada” diariamente por inúmeros casos de corrupção e escárnio com dinheiro público.
“Se olharmos a palavra de Deus, ela sempre nos orienta à necessidade de cumprirmos aquilo que Ele pede de nós”, explica o reitor. “E quando nos lembramos da restauração da imagem de Nossa Senhora, também podemos enxergar neste fato a restauração da dignidade da nossa gente, que ao longo das décadas tem sido quebrada por pessoas e grupos que acabaram tirando do nosso povo aquilo que ele tem de melhor. O nosso povo, infelizmente, também acaba participando deste processo. E a restauração da imagem nos lembra também da necessidade de restaurarmos princípios e valores fundamentais à vida”, finaliza.