Na Missa de hoje, Papa refletiu sobre o caminho percorrido por Jesus antes da Paixão e como Ele fez a vontade de Deus
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco celebrou na manhã desta terça-feira, 3, a Missa na capela da Casa Santa Marta. A homilia do Pontífice foi inspirada no Evangelho de Lucas proposto pela liturgia do dia, em que Jesus toma duas decisões ao se aproximar o momento da sua Paixão: colocar-se em caminho e, portanto, aceitar a vontade do Pai e ir avante e, depois, anunciar esta decisão aos seus discípulos.
“Somente uma vez”, afirmou o Papa, Jesus “se permitiu pedir ao Pai que afastasse um pouco esta cruz: ‘Pai – no Jardim das Oliveiras –, se possível, afasta de mim este cálice. Mas não seja feita a minha, mas a tua vontade’. Obediente; aquilo que o Pai quer. Decidido e obediente e nada mais. E assim até o fim. O Senhor pacienta…Pacienta. É um exemplo de caminho, não somente morrer sofrendo sobre a cruz, mas caminhar em paciência”.
Mas diante desta decisão, diante do caminho rumo a Jerusalém e rumo à cruz, os discípulos não seguem o seu Mestre. É o que narram várias páginas dos Evangelhos que o Papa cita. Às vezes, disse, os discípulos não entendem o que quer dizer ou não querem entender, porque estavam com medo; outras vezes, escondiam a verdade ou se distraiam fazendo coisas alienantes; ou até mesmo, como se lê no Evangelho de hoje, procuravam um álibi para não pensar naquilo que aguardava o Senhor.
“Não era acompanhado nesta decisão, porque ninguém entendia o mistério de Jesus, a solidão de Jesus no caminho para Jerusalém: sozinho. E isto, até o final. Pensemos depois no abandono dos discípulos, na traição de Pedro… Sozinho. O Evangelho nos diz que aparece a ele somente um anjo do céu para confortá-lo no Jardim das Oliveiras. Somente aquela companhia. Somente”.
Concluindo a homilia, Francisco convidou os fiéis a pensar em Jesus que caminhou sozinho para a Cruz e agradecer a Jesus obediente e corajoso e conversar com Ele. O próprio Papa sugeriu algumas palavras: “Quantas vezes eu procuro fazer tantas coisas e não olho para Ti, que fizeste isto por mim? Que foi paciente – o homem paciente, Deus paciente – que com tanta paciência tolera os meus pecados, os meus fracassos? E falar com Jesus assim. Ele decidiu sempre ir em frente, oferecer a face, e agradecê-lo. Tomemos hoje um pouco de tempo, poucos minutos – cinco, dez, quinze – diante do Crucifixo, talvez ou com imaginação, ver Jesus caminhar decididamente para Jerusalém e pedir a graça de ter a coragem de segui-Lo de perto”.