Em iniciativa nacional, Comissão para a Vida e Família da CNBB reforça necessidade de proteger a vida
Thiago Coutinho
Da redação
Começa neste domingo, 1º, a Semana Nacional da Vida, que segue até dia 8 de outubro, Dia do Nascituro. A Semana é organizada pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família da CNBB.
O tema para este ano é “Bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42), em harmonia com o Ano Mariano, pelos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul.
A proposta desta Semana é fazer com que os fiéis pensem no significado da vida, do valor de seu resguardo. “Este é o maior presente que recebemos de Deus. Defender a vida é defender a Deus”, explica o presidente da referida Comissão, Dom João Bosco Barbosa de Sousa, bispo da diocese de Osasco (SP).
Durante estes oito dias, as dioceses, paróquias e comunidades devem se reunir e promover atividades que girem em torno do tema proposto pela Comissão Episcopal, por meio do subsídio preparado pela Comissão.
Evangelium Vitae
A Igreja defende a vida plena para todos. Porém, a garantia de uma vida plena, com seus direitos resguardados, tem se tornado cada vez mais difícil diante de realidades atuais como o desemprego, pobreza, guerras, violência. A própria crise de refugiados é uma problemática, uma vez que nem sempre essas pessoas recebem o devido acolhimento e podem ter uma vida plena no país para onde vão.
Dom João recorda os ensinamentos de São João Paulo II na encíclica Evangelium Vitae, que reflete sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana. Já neste documento, datado de 25 de março de 1995, João Paulo II mencionou as ameaças à vida humana, “sobretudo quando ela é débil e indefesa”. “Às antigas e dolorosas chagas da miséria, da fome, das epidemias, da violência e das guerras, vêm-se juntar outras com modalidades inéditas e dimensões inquietantes”, afirma o então Pontífice em um trecho da encíclica.
“Estamos vivendo uma cultura que tem simpatia pela morte, seja por conta do egoísmo crasso, das doenças provocadas pelo estresse, das agressões físicas, o tráfico de drogas, as migrações, todo este contexto de morte bate à nossa porta. É preciso cultivarmos esta atitude de cuidado com a vida”, ponderou Dom João Bosco.
Olhar para o outro lado
O Papa Francisco tem reforçado a necessidade de acolhimento aos migrantes, pessoas que são obrigadas a deixar toda sua história para trás e dar início a uma nova vida em um país diferente daquele em que nasceram.
Esta realidade, como lembra Dom João, não está distante. E ajudar essas pessoas a não ficarem à margem da sociedade é uma função pontual do cristão. “Fica difícil resolver o problema da migração no mundo, mas muitas vezes eles estão ao nosso lado, estão em dificuldade e acabam indo para outro lugar começar outra vida. Temos que olhar com simpatia este fenômeno migratório. Nós mesmos somos frutos desta migração”, declarou o arcebispo.
Dia do Nascituro
Aquele que ainda nascerá também é tema de preocupação e debate na Semana da Vida. A data, comemorada no dia 8 de outubro, celebra o direito que cada pessoa tem à saúde, alimentação e a um nascimento sadio.
“Este dia deve nos lembrar que a vida, por mais frágil e pequenina que seja, deve ser respeitada desde o dia da concepção como um ser humano que tem direito à vida”, disse Dom João.