Crise

Arquidiocese confirma ajuda a servidores do Rio de Janeiro

Dom Orani confirmou a ajuda da Arquidiocese do Rio na campanha de doação de cestas básicas aos servidores

Da redação, com Arquidiocese do Rio

O arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, reafirmou o compromisso da Igreja Católica na busca por caminhos e soluções para amenizar o sofrimento de servidores públicos do Estado do Rio de Janeiro, que estão sem receber seus salários regularmente. Em reunião nesta quinta-feira, 20, com líderes do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe), Dom Orani confirmou a ajuda da Arquidiocese do Rio na campanha de doação de cestas básicas aos servidores.

Em reunião, Arquidiocese confirma ajuda a servidores do Rio de Janeiro que estão com salários atrasados / Foto: Arquidiocese do Rio

“Preocupados com a falta de pagamento dos salários e, consequentemente, com a falta de alimento na mesa dos servidores, os representantes do Muspe pediram nossa intercessão e ajuda. Nós nos colocamos à disposição, enquanto Cáritas Arquidiocesana, para incentivar uma campanha de arrecadação de alimentos e também de dinheiro para a compra desses mantimentos, nessa solidariedade com aqueles que trabalham para o bem público de nosso estado”, disse o arcebispo. 

O presidente do Sindicato dos Servidores da Carreira Socioeducativa do Estado do Rio de Janeiro (Sind-DEGASE), João Luiz Rodrigues, agradeceu a Dom Orani pelo trabalho que a Igreja já realiza no dia a dia e destacou não só as preocupações, mas também o que já foi realizado pelo movimento.

“Nós já estamos acostumados com a presença de Dom Orani e da Igreja nas nossas unidades do DEGASE e agradecemos pela oportunidade desta reunião, que tem como pauta a penúria dos servidores e da população, devido à crise que acometeu o estado. Este movimento unificado é um ato de solidariedade. Nós temos a consciência que nossa ação não vai pagar as contas de ninguém, mas temos também uma responsabilidade diante da decisão que o governo tomou de pagar algumas classes e outras não. Entendemos que a culpa não é do servidor que recebe, mas do governo que chegou a um colapso de gestão, por isso, criamos a campanha de doação de alimentos para tentar minimizar esses efeitos da crise”, disse Rodrigues.

O bispo auxiliar da arquidiocese e animador das Pastorais Sociais, Dom Joel Portella Amado, e o vigário episcopal para a Caridade Social, Cônego Manuel Manangão, também participaram do encontro que foi realizado no Edifício João Paulo II, na Glória.

Com a aprovação de Dom Orani, os referenciais arquidiocesanos para as questões sociais reiteraram o desejo da Arquidiocese do Rio em contribuir com a campanha e exortaram os líderes do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais a continuarem atuando em comunhão, na unidade e motivados pela esperança.

“A Igreja no Rio de Janeiro já vem contribuindo com a arrecadação de alimentos e a cada ano são inúmeras cestas básicas que são distribuídas num trabalho permanente em nossas comunidades. Penso em três ações nessa colaboração com a campanha do Muspe: nosso Cardeal conversará com os bispos do Regional Leste 1, para que eles acolham em suas dioceses essas bases de arrecadação e distribuição de alimentos, e isso facilite a logística para os servidores que residem em outra cidade do estado; faremos o lançamento da campanha na próxima semana através dos veículos do Sistema de Comunicação da Arquidiocese; e disponibilizaremos a conta emergencial da Cáritas para a arrecadação de recursos financeiros que serão revertidos na compra de mantimentos”, explicou cônego Manangão.

“Pode parecer estranho, mas saio com muita alegria e esperança desse encontro. Vi que, por mais que a situação esteja calamitosa e sofrida, o mal não tomou conta desses servidores, que continuam lutando e sonhando. Tudo isso não os isolou… Eles não ficaram uns contra os outros. Em cada um que se apresentava, eu ia notando que todos eles estão juntos, e o caminho é esse. Que eles não percam esse senso de unidade e sensibilidade para com um problema muito maior, crônico, e que não vai se resolver só com essa campanha. Há muita coisa para fazer por esse Brasil, pelo nosso Estado, pelo mundo. Eles não podem deixar esse sonho da solidariedade desaparecer, pois se a calamidade tomou conta de nós, não tomou conta de nossos corações”, concluiu Dom Joel Portella

Como colaborar

Para doar alimentos não perecíveis (arroz, feijão, macarrão, farinha, fubá, sal, açúcar, leite em pó) basta entregar os itens, de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h, nos seguintes endereços:

Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe)

Rua Evaristo da Veiga 55, 7º andar – Centro

Coligação dos Policiais Civis (Colpol)

Rua Sete de Setembro 141, 2º andar – Centro

Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sind-Justiça)

Travessa do Paço 23, 13º andar – Centro

Universidade do Estadual do Norte Fluminense (Uenf)

Avenida Alberto Lamego, 2.000, no Parque Califórnia, em Campos dos Goytacazes

Crise no Rio

Em crise, o governo do Rio de Janeiro vem pagando os salários dos servidores estaduais ativos e inativos com atraso. No último dia 12, o governo quitou as últimas parcelas da folha  de abril.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, estimou que o estado vai conseguir atualizar os pagamentos dos servidores em agosto deste ano. O governo estadual está negociando a venda da folha de pagamentos, o que, segundo ele, representará um “valor significativo”

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