Na última catequese antes da pausa de verão, Papa falou da esperança como força dos mártires
Da Redação, com Rádio Vaticano
Cerca de 20 mil pessoas participaram da Audiência Geral, a tradicional catequese, com o Papa Francisco na Praça São Pedro nesta quarta-feira, 28. O último encontro antes da pausa de verão – as catequeses retornam em agosto – foi dedicado à esperança como força dos mártires.
Ao enviar os discípulos em missão, explicou Francisco, Jesus adverte que o anúncio do Reino comporta sempre uma oposição: “Vocês serão odiados por causa do meu nome”. “Os cristãos amam, mas nem sempre são amados”, disse o Papa. Portanto, os cristãos são homens e mulheres contracorrente, que vivem seguindo um estilo de vida indicado por Jesus – um estilo que Francisco definiu “estilo de esperança”.
A única força é o Evangelho
Para se parecer com Cristo, é preciso ser desapegado das riquezas e do poder, explicou o Santo Padre. O cristão percorre o seu caminho com o essencial, mas com o coração repleto de amor. De fato, jamais deve usar a violência. A única força é o Evangelho. “A perseguição não é uma contradição ao Evangelho. Se perseguiram o Mestre, porque seríamos poupados da luta? Porém, em meio à batalha, o cristão jamais deve perder a esperança”.
Os cristãos, portanto, devem sempre estar na outra margem do mundo, aquela escolhida por Deus: não perseguidores, mas perseguidos; não arrogantes, mas mansos; não impostores, mas honestos.
Perfume de discipulado
Francisco acrescentou que esta fidelidade ao estilo de Jesus foi chamada pelos primeiros cristãos com o nome de “martírio”, que significa “testemunho”. O vocabulário oferecia muitas outras possibilidades: heroísmo, abnegação, sacrifício de si. Mas os primeiros cristãos escolheram um nome “com perfume de discipulado”.
“Os mártires não vivem para si, não combatem para afirmar as próprias ideias, e aceitam morrer somente por fidelidade ao evangelho. O martírio não é nem mesmo o ideal supremo da vida cristã, porque acima dele está a caridade, isto é, o amor a Deus e ao próximo. A ideia de que quem comete atentados suicidas seja chamado mártir repugna os cristãos: neste ato, não há nada que possa se aproximar da atitude de filhos de Deus”.
“Que Deus nos doe sempre a força de ser suas testemunhas. Que Ele nos doe viver a esperança cristã sobretudo no martírio confidencial de fazer o bem e com amor os nossos deveres de todos os dias”.