Na mensagem de reflexão em preparação para a Páscoa, patriarca insiste na necessidade do país reencontrar espírito de concórdia
Da Redação, com Rádio Vaticano
“À luz do ano dedicado à paz, gostaria de convidar todos, filhas e filhos da Igreja caldeia, por ocasião da Quaresma, a dedicar as orações ao Iraque e aos iraquianos a fim de que possam viver numa paz justa e duradoura”. Este é um trecho da mensagem do Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Louis Raphaël I Sako, por ocasião do tradicional tempo de penitência e conversão em preparação para a Páscoa.
Um documento reportado pelo jornal vaticano “L’Osservatore Romano”, no qual insiste sobre a necessidade de o país, após tantas travessias, reencontrar finalmente um espírito de concórdia e de convivência civil.
Nessa perspectiva, se recorda que em outubro passado, por ocasião de uma oração ecumênica realizada num subúrbio de Irbil – norte do Iraque –, o patriarca caldeu tinha lançado a proposta de proclamar 2017 como “Ano da paz”, a ser celebrado em conjunto pelas Igrejas e comunidades cristãs presentes no Iraque para favorecer a reconciliação nacional.
Promover cultura da paz
Na mensagem quaresmal, o patriarca de Babilônia dos Caldeus retorna à questão e convida os bispos e sacerdotes a coordenar as iniciativas. Em particular, sugere a eles “celebrar orações comuns, organizar uma Via-Sacra especial”, bem como organizar debates, simpósios e outras atividades correlacionadas, “a fim de promover uma cultura da paz e de levar os valores de convivência, em primeiro lugar aos nossos corações, de modo que possamos partilhá-los com os outros”.
Além disso, o Patriarca Sako recordou que “como todas as nações anseiam a paz, é tarefa de todos, em particular do clero, dar prioridade à paz na própria missão. A paz – escreveu na mensagem – deve ser realizada também por nós, não somente pelos políticos, com iniciativas corajosas e tomando decisões responsáveis”.
No Domingo de Ramos, marcha da paz inter-religiosa
Nessa perspectiva foi também anunciada para o Domingo de Ramos uma marcha da paz aberta inclusive aos muçulmanos, que partirá de Irbil e se concluirá em Alqosh, na planície de Nínive. A marcha se realizará a pé e num só dia, para pedir o fim das violências no Iraque e em todo o Oriente Médio. “Estarei na condução da marcha e será uma ocasião forte de unidade”, declarou o patriarca caldeu.
Ainda durante o tempo da Quaresma, “queremos também recolher ajudas e fundos para os refugiados muçulmanos, pedindo a nosso povo que ajude as pessoas necessitadas sem fazer distinções baseadas na fé ou etnia”, acrescentou Dom Sako.
O patriarca tem programada para as próximas semanas uma visita a um campo de refugiados muçulmano no qual se encontram os que abandonaram Mosul para fugir do autodenominado Estado Islâmico, levando para eles “a solidariedade cristã”.