Ao contrário do anterior, esse pacto não será levado a referendo
Ansa
O presidente Juan Manuel Santos anunciou que o novo acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) será assinado nesta quinta-feira, 24, em Bogotá, antes de ser submetido ao Parlamento.
O chefe do grupo guerrilheiro, Rodrigo Londoño Echeverri, o “Timochenko”, já está na capital do país desde a última terça, 22. Em um breve discurso em rede nacional, Santos afirmou que os negociadores trabalharam para alcançar uma “oportunidade única de fechar um capítulo doloroso” da história da Colômbia.
No entanto, ele reconheceu que o acordo não agradará a todos. “É assim com todos os tratados de paz, sempre haverá vozes críticas”, declarou. O principal opositor de um entendimento com as Farc é Álvaro Uribe, antecessor do atual mandatário e que não apoiará o novo pacto, que mantém aberta a porta da política para os membros da guerrilha e não enquadra o narcotráfico como crime de lesa humanidade.
Além disso, o segundo acordo, assim como o anterior, não prevê que guerrilheiros cumpram pena em prisões comuns, como defende o grupo de Uribe. O primeiro, assinado em Cartagena das Índias após anos de negociações, foi rejeitado por pouco mais de 50% dos eleitores que foram às urnas no referendo de 2 de outubro.
O novo compromisso assumido entre os dois lados não será levado ao voto popular, apenas ao Parlamento, onde, segundo Santos, “estão representadas todas as visões e posições políticas do país”. O presidente possui maioria tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado.