Papa fala sobre as três tentações que visam degradar, destruir e tirar a alegria do cristão
Elcka Torres
Da Redação
“Este tempo de Quaresma é uma boa ocasião para recuperar a alegria e a esperança que nos vem do fato de nos sentirmos filhos amados do Pai. Este Pai que nos espera para livrar-nos das vestes do cansaço, da apatia, da desconfiança e revestir-nos com dignidade”, disse o Papa Francisco, na tarde deste domingo, 14, durante a Santa Missa celebrada na cidade de Ecatepec, no México, perante uma multidão.
“Quantas vezes – digo-o com tristeza – permanecemos cegos e insensíveis perante a falta de reconhecimento da dignidade própria e alheia.
Quaresma: tempo para regular os sentidos, abrir os olhos para tantas injustiças que atentam diretamente contra o sonho e o projeto de Deus. Tempo para desmascarar aquelas três grandes formas de tentação que rompem, fazem em pedaços a imagem que Deus quis plasmar”, acrescentou Francisco durante o seu sermão.
:: Leia a homilia do Papa na íntegra
:: Confira a liturgia deste domingo
:: Veja mais sobre a viagem do Papa Francisco ao México
Três tentações de Cristo
Partindo do Evangelho da liturgia deste domingo, o Pontífice falou sobre as três tentações que Cristo viveu e todos os cristãos vivem diariamente. Ele afirma que essas três tentações visam degradar, destruir, tirar a alegria e o frescor do Evangelho, fechando todos no círculo de destruição e pecado.
Riqueza
“Apropriando-nos de bens que foram dados para todos, usando-os só para mim ou para ‘os meus’. É conseguir o pão com o suor alheio ou até com a vida alheia. Numa família ou sociedade corrupta, é o pão que se dá a comer aos próprios filhos.”
A vaidade
“A busca de prestígio baseada na desqualificação contínua e constante daqueles que não são ninguém. A busca exacerbada daqueles cinco minutos de fama que não perdoam a fama dos outros. E, alegrando-se com a desgraça alheia, abre-se caminho à terceira tentação: o orgulho.”
Orgulho
“Colocar-se num plano de superioridade de qualquer tipo, sentindo que não se partilha ‘a vida comum dos mortais’ e rezando todos os dias: ‘Obrigado, Senhor, porque não me fizestes como eles’. O Papa ainda questiona: ‘Até que ponto estamos conscientes destas tentações na nossa vida, em nós mesmos? Até que ponto nos acostumamos a um estilo de vida que considera a riqueza, a vaidade e o orgulho como fonte e força de vida? Até que ponto estamos convencidos de que cuidar do outro, preocupar-nos e ocupar-nos com o pão, o bom nome e a dignidade dos outros são fonte de alegria e de esperança?”
Francisco concluiu ressaltando a luta que se vive para seguir os passos de Cristo.
“Escolhemos não o diabo, mas Jesus; queremos seguir os Seus passos, mas sabemos que não é fácil. Sabemos o que significa ser seduzidos pelo dinheiro, a fama e o poder. Por isso, a Igreja nos oferece este tempo da Quaresma, convida-nos à conversão com uma única certeza: Ele está à nossa espera e quer curar o nosso coração de tudo aquilo que o degrada. É o Deus que tem um nome: misericórdia.”
Assista ao trecho da homilia: