A primeira mostra multimídia será dedicada à Via Dolorosa, rua que, segundo a tradição secular, foi percorrida por Jesus com a cruz nas costas até o Calvário
Rádio Vaticano
A inauguração do museu dedicado à presença cristã na Terra Santa está marcada para esta quinta-feira, 17, no Convento da Flagelação. Documentos, arqueologia, música e tecnologia multimídia estarão juntas para inserir os peregrinos e turistas na história da cidade santa.
O percurso do “Terra Sancta Museum” levará às origens da fé, além de restituir vida às pedras, testemunhas da revelação divina.
Padre Eugenio Alliata, arqueólogo franciscano da Custódia da Terra Santa, falou do museu em entrevista à Rádio Vaticano.
Pe. Eugenio – A primeira seção a ser aberta será do tipo multimídia: é aquela de mais fácil acesso a todos peregrinos porque, além de um estímulo cultural e arqueológico, dará também um estímulo emocional. Será dedicada à Via Dolorosa, a rua que, segundo a tradição secular, identifica a Via Crucis, por onde Jesus percorreu com a cruz sobre as costas até o Calvário.
O que os visitantes irão ver em relação a essa seção multimídia da Via Dolorosa?
Pe. Eugenio – Então, preparamos um ambiente do antigo Convento da Flagelação, um ambiente que conserva aquelas partes que foram encontradas no lugar da construção do mesmo. Em especial, conserva as partes da Fortaleza Antônia, o lugar tradicional da condenação de Jesus em Jerusalém. Depois se passa para um percurso de vídeo, música e voz que acompanha o visitante no decorrer da história do lugar. É nesse momento que a apresentação fica mais emotiva porque o peregrino é convidado a se identificar a outros peregrinos que fizeram o percurso antes dele: ‘os apóstolos, as almas de santos”.
Então, um percurso fortemente sugestivo para redescobrir as raízes da presença cristã na Terra Santa, mas também favorecer o diálogo com outras culturas e religiões já que o museu é dirigido a todos, é aberto a todos.
Pe. Eugenio – Não somente, em geral é dirigido a todos, mas fizemos um esforço particular para preparar os textos em diversas línguas. Entre elas, inclusive aquela hebraica e árabe para que a população local, sejam de hebreus ou de árabes, possa se sentir envolvida na apresentação.
Estamos falando da primeira parte do museu que prevê uma extensão da área nos próximos anos
Pe. Eugenio – Esperamos que sim, que ao terminar esse primeiro passo em Jerusalém, possamos estender o mesmo conceito em outros santuários da Terra Santa, como Nazaré, por exemplo. O projeto é grande, mas sabemos que não devemos realizá-lo todo de uma vez só, mas realizá-lo aos poucos e segundo as possibilidades do ponto de vista prático.
Certamente que iniciativas como essa fazem a experiência da peregrinação à Terra Santa mais rica e envolvente, já que nos últimos anos ocorreu uma diminuição de visitantes…
Pe. Eugenio – Sobretudo da Europa e de outros países ocidentais teve uma diminuição notável devido a muitos fatores. Mas a experiência do passado nos ensina que esses são momentos de flexão. A Terra Santa tem uma atração tão forte! Temos certeza que a peregrinação voltará o quanto antes.
Pensando na celebração da Páscoa, este museu oferece uma riqueza a mais para quem for à Terra Santa?
Pe. Eugenio – Justamente pensamos em fazer a abertura antes da Páscoa, quando o fluxo dos peregrinos é maior em Jerusalém.