Francisco disse que a comunidade internacional não tem dado respostas adequadas e pediu que os católicos colaborem com instituições e pessoas de boa vontade
Rádio Vaticano
O Papa Francisco recebeu na manhã de quinta-feira, 17, os participantes do encontro realizado pelo Pontifício Conselho Cor Unum esta semana no Vaticano. O Conselho analisou a crise humanitária síria e iraquiana e a participação das organizações de caridade católicas no contexto do conflito. Atualmente, depois de 3 anos de guerra, mais de 12 milhões de pessoas precisam de ajuda na Síria e mais de 8 milhões no Iraque.
Após agradecer a atuação das Igrejas locais e os organismos caritativos pelo acompanhamento da crise humanitária, o Papa lembrou a situação dos milhões de refugiados que deixaram suas casas e se abrigaram principalmente no Líbano, na Jordânia e na Turquia, enquanto “a comunidade internacional não está sendo capaz de dar respostas adequadas e os traficantes de armas continuam a fazer seus interesses”.
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“Isto tudo sob os olhos do mundo inteiro, pois as atrocidades e as violações dos direitos humanos são divulgadas em tempo real pela mídia; ninguém pode fingir que não sabe! Todos têm consciência de que esta guerra pesa insuportavelmente nas costas do povo mais pobre. É preciso encontrar uma solução, sem violência, porque ela cria somente novas feridas”.
Os mais frágeis e indefesos são a maior preocupação do Pontífice: famílias, idosos, doentes, jovens sem esperança no futuro; crianças que não podem brincar e nem estudar, privadas de um horizonte.
“São muitas as vítimas do conflito, penso e rezo por todas. Não posso me calar a respeito das comunidades cristãs da Síria e do Iraque, aonde irmãos e irmãs são humilhados por causa de sua fé, expulsos, presos e até mortos. A estas agressões e perseguições, a Igreja tem respondido com coragem, com uma presença humilde, com o diálogo sincero e o serviço generoso em favor de quem quer que precise, sem distinções”.
Para atender a este difícil chamado, o Papa recordou que os católicos devem reforçar a colaboração inter-eclesial e as relações de comunhão que os unem a outras comunidades cristãs, procurando colaborar com as instituições humanitárias internacionais e com as pessoas de boa vontade. O lema é ‘trabalhar juntos e em sinergia’. “Não abandonem as vítimas desta crise, mesmo que caia a atenção do mundo sobre ela”, exortou.
Terminando seu discurso, Francisco pediu a todos que levem sua mensagem de solidariedade e proximidade aos que vivem na provação, sofrendo as consequências desta crise. “Em comunhão com vocês e com suas comunidade, rezo incessantemente pela paz e o fim dos tormentos e injustiças em suas amadas terras”.