“Não somos uma minoria silenciosa ou escondida”, diz Dom Joseph Coutts com relação aos cristãos católicos no Paquistão
Da redação, com Agência Ecclesia
De acordo com o Presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, Dom Joseph Coutts, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, a minoria católica no país se recusa a ficar calada.
“Posso dizer, com orgulho, que não somos uma minoria silenciosa ou escondida, nós contribuímos para o bem do país”, assinalou. O prelado dá como exemplo as escolas, hospitais e clínicas católicas, bem como o trabalho realizado junto das pessoas com deficiência, dependentes e marginalizados.
“O trabalho que fazemos é para todos” explicou Dom Joseph, que vai a Portugal em um momento particularmente delicado para os católicos paquistaneses por causa dos episódios que envolvem a chamada ‘lei da blasfêmia’, com acusações que acabam por ser um rastilho de violência contra cristãos e outras minorias.
Segundo o arcebispo, o problema é a forma como a própria lei está formulada e o Governo, após muitos anos de protestos, começa a perceber isso. “A mudança tem de começar nos líderes islâmicos, para que todos percebam que a lei precisa de mudanças, contrariando todas as manifestações de fanatismo”, diz.
Igreja pobre
O presidente fala ainda em uma “Igreja pobre”, que precisa da ajuda material e espiritual de outras comunidades católicas. O responsável traz ainda o testemunho de viver como cristão num país muçulmano que se torna “cada vez mais islâmico” nos últimos anos. “Como cristãos, não somos cidadãos de segunda classe, não somos imigrantes, temos tantos direitos como os outros”, observa.
O arcebispo de Karachi está em Portugal a convite da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) e participou este domingo, 21, da Ronda da Lapinha, em Guimarães, que este reuniu 15 mil pessoas em oração pelos cristãos perseguidos no mundo.
“Não sabemos quando será o próximo ataque contra uma igreja, ou quando e onde o próximo cristão vai ser falsamente acusado de blasfêmia e condenado à morte”, alertou.
O arcebispo de Braga, Dom Jorge Ortiga, destacou o fato da Ronda da Lapinha ter sido realizada com esta intenção particular de intercessão de Nossa Senhora pelos cristãos perseguidos. “Há cristãos espalhados pelo mundo inteiro que, por fidelidade à fé, arriscam a vida e muitos morrem”, assinalou.