“O choro está presente em nossas orações?”, questionou o Papa Francisco, que sugeriu aos fiéis que peçam a Deus o dom de chorar
André Cunha
Da redação
A Igreja Católica inicia nesta Quarta-feira de Cinzas, 18 de fevereiro, o tempo litúrgico da Quaresma – período de 40 dias em preparação para a Páscoa, a maior de todas as celebrações católicas.
Em Roma, o Papa Francisco abriu esse tempo com a Missa das Cinzas, iniciada com uma procissão penitencial que partiu da Basílica de Santo Anselmo até a Basílica de Santa Sabina, lugar onde ocorreu a Eucaristia.
Dom das lágrimas
“No início desta Quaresma, nos fará bem pedir o dom das lágrimas, e assim tornar nosso caminho de conversão sempre mais autêntico e sem hipocrisia”. Francisco fez esta reflexão fundamentado na mensagem da Liturgia desta Quarta-feira de Cinzas, onde o profeta Joel, concentrado na oração dos sacerdotes, observa que esta deve ser acompanhada pelas lágrimas.
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Neste sentido, o Papa recomendou que se questione: “Eu choro? O Papa chora? Os cardeais choram? Os consagrados choram? Os sacerdotes choram? O choro está presente em nossas orações?”. “Essa é mensagem do Evangelho de hoje”, afirmou.
Segundo o Papa, os hipócritas – criticados por Jesus no Evangelho de hoje – não sabem chorar, esqueceram como se chora e não pedem o dom das lágrimas. Opondo-se a eles, Francisco disse como se deve viver as boas obras do jejum, esmola e oração.
“Jesus nos convida a realizar estas obras sem ostentação alguma e a confiar unicamente na recompensa do Pai ‘que vê no segredo’ (Mt 6,4.6.18)”, explicou.
Misericórdia incansável
Francisco destacou ainda que o Senhor nunca se cansa de ter misericórdia. “Convida-nos a voltar a Ele com um coração novo, purificado do mal, purificado pelas lágrimas, para tomar parte da sua alegria”.
“Com essa consciência, começamos confiantes e alegres o itinerário quaresmal. Maria Imaculada apoie o nosso combate espiritual contra o pecado, acompanhe-nos neste momento favorável, para que possamos alcançar e cantar juntos a exultação da vitória na Páscoa da Ressurreição”, disse o Papa Francisco.