Os bispos destacam que as comunidades vulneráveis e os excluídos são mais atingidos pelas mudanças climáticas
Rádio Vaticano
A Conferência sobre o Clima, que acontece na cidade de Lima, Peru, até sexta-feira, 12, motivou os bispos católicos participantes do encontro a divulgar uma nota em que defendem que seja selado “um acordo justo e vinculante sobre as mudanças climáticas”.
A nota foi assinada, entre outros, pelo Conselho Episcopal da América Latina (CELAM), Simpósio das Conferência Espiscopais da África e Madagascar (SECAM), e pela Federação das Conferências Episcopais Asiáticas (FABC).
Na mensagem dirigida aos líderes políticos e a todos os homens de boa vontade, os bispos ressaltam que as comunidades mais vulneráveis e os excluídos são os mais atingidos pelas mudanças climáticas.
Os prelados manifestam seu apreço pelos progressos devidos ao uso responsável e inteligente da tecnologia e da indústria, na salvaguarda do ambiente, evidenciando ao mesmo tempo o “devastante impacto” das mudanças sobre a natureza, a segurança alimentar, a saúde e as migrações de um grande número de sofredores no mundo.
A defesa da Criação
Os bispos denunciam os efeitos destrutivos de uma ordem financeira e econômica baseada no primado do mercado e do lucro ao invés da centralidade do ser humano e do bem comum. “É necessário reconhecer a falência sistemática de tal ordem e a necessidade de um novo plano econômico e financeiro”, reiteram.
Todos os componentes da sociedade são exortados a agir em prol do “desenvolvimento das nações e da vida humana sobre a terra”.
Diante da atual crise provocada pelas mudanças climáticas, é necessário dar um sentido de esperança, levando em consideração não somente as dimensões técnicas, mas também as éticas e morais da questão climática, adotando um acordo global vinculante baseado nos direitos humanos e aplicável em todo o mundo durante a COP 21, que terá lugar em Paris, em 2015.
Os prelados defendem a construção de novos modelos de desenvolvimento e estilos de vida compatíveis com o clima e capazes de afastar as pessoas da pobreza, colocando fim a era dos combustíveis fósseis, passando energias renováveis, acessíveis a todos.
“Todos podemos contribuir para a superação das mudanças climáticas e escolher estilos de vida sustentáveis”, concluem os bispos, exortando a “acompanhar os processos políticos” com a busca de “um diálogo que leve a voz dos pobres à mesa dos responsáveis pelas decisões”.