Papa Francisco foi um dos favoritos ao prêmio; vencedores se destacaram por luta contra supressão de crianças e defesa de educação para todos
Da Redação, com Rádio Vaticano
O indiano Kailash Satyarthi e a paquistanesa Malala Yousafzay venceram o prêmio Nobel da Paz 2014 por sua luta contra a supressão das crianças e jovens e pelo direito de todos à educação. Isso foi o que anunciou o comitê do Nobel, na manhã desta sexta-feira, 10.
Papa Francisco era um dos favoritos entre os candidatos ao Prêmio Nobel da Paz deste ano. “O Papa chamou a atenção da opinião púbica para temas importantes, como a pobreza e a necessidade de uma nova visão da redistribuição econômica”, disse o diretor do Instituto de pesquisas da Paz, em Oslo, Kristian Berg Harpviken.
O indiano Kailash Satyarthi, 60 anos, é um ativista de direitos das crianças na Índia. Mantendo a tradição de Gandhi, ele liderou várias formas de protestos e manifestações, todas pacíficas, focando na grave exploração das crianças para ganho financeiro. Ele também contribuiu para o desenvolvimento de importantes convenções internacionais sobre o direito da criança.
Satyarthi afirmou que estava “encantado” com a notícia, segundo a agência “Press Trust of Índia”. “Agradeço ao comitê Nobel por este reconhecimento do sofrimento de milhões de crianças”, disse o premiado.
A adolescente paquistanesa Malala sobreviveu a uma tentativa de assassinato dos talibãs, em 2012, por sua militância a favor da educação das meninas em sua região natal do noroeste do Paquistão.
Com o prêmio, Malala, de 17 anos, torna-se a mais jovem ganhadora do Nobel, superando o cientista australiano-britânico Lawrence Bragg, que compartilhou o Prêmio de Física com o pai, em 1915, aos 25 anos.
Depois de receber tratamento médico intensivo, Malala se mudou para a Grã-Bretanha. Em 2013, ela recebeu o prêmio Sakharov para a liberdade de consciência, concedido pelo Parlamento Europeu.
O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, afirmou que Malala é o “orgulho do Paquistão”.
O Nobel da Paz é um dos cinco Prêmios Nobel, legado pelo inventor da dinamite, o sueco Alfred Nobel. Os prêmios de Física, Química, Fisiologia ou Medicina e Literatura são entregues anualmente em Estocolmo, sendo o Nobel da Paz atribuído em Oslo.