Nesses 80 anos de existência, mais de dois mil sacerdotes e seminaristas já estudaram no Pio Brasileiro. Destes, mais de 145 tornaram-se bispos e seis, cardeais
Kelen Galvan
Da redação, com colaboração de Sergio Coutinho
O Colégio Pio Brasileiro, destinado à formação do clero do Brasil em Roma, completa 80 anos nesta quinta-feira, 3.
Para celebrar a data, uma Missa em ação de graças, presidida pelo prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Beniamino Stella, reuniu mais de 100 pessoas na instituição. Também marcaram presença o embaixador do Brasil junto a Santa Sé, Denis Fontes de Souza Pinto, entre outros diplomatas, religiosos e brasileiros residentes em Roma.
Ao término da Missa, foi rezada a oração de São José de Anchieta, diante da relíquia do santo, canonizado nesta quinta-feira, 3, pelo Papa Francisco.
De acordo com o reitor do colégio, padre João Roque Rohr sj., dos alunos que já estudaram no Pio Brasileiro, muitos tornaram-se bispos ou cardeais no Brasil.
“No total passam dos dois mil estudantes, durante estes 80 anos. Destes, 145 tornaram-se bispos e seis foram criados cardeais. É uma honra para o colégio ter contribuído para esta formação de pessoas que, sem dúvida nenhuma, tiveram uma importante missão no Brasil”, destacou padre João Roque.
Atualmente, o Colégio Pio Brasileiro acolhe, em sua maioria, padres provenientes das dioceses do Brasil, mas também oriundos de outros países latino-americanos ou de países africanos de língua portuguesa.
Segundo o reitor, a rotina do colégio mudou bastante nos últimos anos, visto que agora os alunos são sacerdotes, que vão a Roma para fazer mestrado ou doutorado. Antes, com os seminaristas, havia muitos horários compatíveis. “Todos saiam juntos, e voltavam juntos”, explica.
Agora, o colégio adaptou-se ao estilo de vida dos novos alunos, e embora haja momentos em comum, cada uma assume sua responsabilidade pessoal para estudar e organizar seu ritmo. “Muitos deles estudam de manhã, outros a tarde, em diferentes universidades também, são pelo menos 16 universidades eclesiásticas frequentadas pelos nossos alunos. Com isso, cada um tem um horário bastante próprio, principalmente os que estão fazendo doutorado, pois dependem do seu orientador de tese, do acesso às informações, pesquisas, às bibliotecas, e às vezes, cursos de idiomas”, detalha o reitor.
Além dos estudos, há momentos de prática esportiva e de atividades pastorais, exercidas por muitos alunos. “Essa é uma das dimensões da formação também, que não é só acadêmica, mas também de contato com o povo, com outra cultura, com outros estilos de viver a Igreja, como é aqui na Europa e de modo especial aqui na Itália”, conclui.