Padre Hamilton Nascimento encontrou-se com João Paulo II em janeiro de 2005, poucos meses antes da morte do Pontífice
Padre Hamilton Nascimento
Mestre em Teologia
Comunidade Canção Nova
Venho de uma família simples de uma cidade do interior do estado do Rio de Janeiro (Rio Claro). Meus pais (Sr. Izaías e dona Laura) sempre católicos, desde cedo me ensinaram juntamente com meus irmãos, nove ao todo, os valores do reino de Deus.
Quando o Papa João Paulo II veio ao Brasil pela primeira vez, por volta de 1980, eu tinha seis anos. Recordo-me como se fosse hoje, quando o vi na tela da nossa TV, naquela época, ainda preto e branco, ele estava no Maracanã para um encontro com quase duzentas mil pessoas. Diante daquela imagem, do homem de branco passando no meio daquela multidão e abençoando a todos, uma emoção tomou conta do meu coração, as lágrimas caíram e meio veio um pensamento: será que um dia vou chegar perto daquele homem?
O tempo passou… cresci, estudei, trabalhei, namorei, tive a minha vida de jovem. Porém, a partir de 1994, minha vida começou a mudar (cf. DUNGA. Abra-se à restauração. São Paulo: Ed. Canção Nova, 2008. p. 139.). A partir do meu retorno à Igreja de forma mais efetiva, Deus foi pouco a pouco revelando sua Vontade a meu respeito.
Em 1996, tive a experiência do chamado ao sacerdócio. Um ano depois, fiz uma experiência vocacional com os franciscanos em Petrópolis no Rio de Janeiro. Dois anos mais tarde, em janeiro de 1999, estava ingressando na Comunidade Canção Nova.
Por trabalhar no nosso Departamento de Jornalismo, praticamente durante todo o processo formativo filosófico/teológico em vistas do sacerdócio, tive a oportunidade de fazer um estágio na Radio Vaticano no período que compreendia outubro de 2004 à fevereiro de 2005. Foi aí, de uma maneira muito providencial, juntamente com meu irmão e amigo, padre. Roger Araújo, ver realizado da parte de Deus, aquele sonho de menino, chegar perto do homem de branco, olhar nos seus olhos e beijar suas mãos. E Deus foi tão bom, que estivemos com ele, exatamente na sua última Audiência Geral das quartas-feiras, em 26 de janeiro de 2005 (Assista ao vídeo no final do artigo).
Depois dessa experiência marcante, ainda tivemos a chance de passar em Portugal para conhecer nossa Frente de Missão Evangelizadora naquele amado país. Chegamos no dia 12 de fevereiro e quem faleceu no dia 13? Isso mesmo, Irmã Lúcia, a última vidente de Fátima. Daí, ficamos e fizemos toda a cobertura jornalística do funeral dessa bem- aventura serva de Deus e de Nossa Senhora.
Feito isso, voltamos ao Brasil e pouco mais de um mês depois, já estava voltando para Roma em vista da cobertura jornalística dos últimos instantes de vida do Grande Papa João Paulo II.
Desembarquei na cidade eterna no dia 01 de abril e no dia seguinte, às nove e trinta e sete, horário de Roma, nosso amado Papa deixava essa terra para voltar para a Casa do Pai. Foram dias muito intensos, marcantes e históricos. Dentre os milhões de peregrinos que por ali passaram e a imprensa mundial dando total cobertura, tive a oportunidade de estar de novo, de forma inusitada, diante dele, agora morto. Dessa vez, o interessante foi que, enquanto rezava junto ao seu corpo, pensando e meditando sobre a minha vida, vocação (pois iria ser ordenado padre em 27 de dezembro daquele corrente ano), senti como se ele me dissesse forte ao coração: “Non Abbiate Paura! – Não tenhais medo!”. Tomei aquilo como palavra de Deus e, esse se tornou o meu lema sacerdotal e norte de vida.
Através da Canção Nova, como membro da imprensa, participei ainda da Eleição de Bento XVI, sua posterior renúncia e eleição de Francisco. Mas isso, é uma outra história.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
João Paulo II, rogai por nós!
Assista ao vídeo do encontro de Padre Hamilton com o Papa João Paulo II: