História de fé

Há 464 anos, fiéis de Salvador celebram a festa de Corpus Christi

A solenidade de Corpus Christi ocorre sempre na primeira quinta-feira, após a festa da Santíssima Trindade. Em Salvador, a festa teve início em 1549 e foi a primeira manifestação pública de fé realizada no Brasil. Em entrevista ao Jornal São Salvador, o doutor em Liturgia, padre José Raimundo, disse que a festa entrou no calendário litúrgico da Igreja Católica a partir de uma experiência mística da religiosa Juliana de Cornion, em Liège (Bélgica), no século XIII.

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“Na visão, aparecia o disco lunar, e no seu centro, uma parte completamente negra. Tal fato foi logo interpretado como sendo a falta de uma festa eucarística no interior do Ano Litúrgico. Introduzida pela primeira vez na diocese de Liège em 1246, a comemoração foi estendida pelo Papa Urbano IV a toda a Igreja latina em 1264”, explica o padre.

O coordenador de eventos na Arquidiocese, padre Valter Ruy Cordeiro, afirma que a festa de Corpus Christi é a celebração do mistério Eucarístico de Jesus. “É uma festa específica porque tem uma tônica diferente, que é a Missa e, após a procissão, a bênção com o Santíssimo Sacramento. Nesta Missa toda a reflexão é voltada para uma tentativa de explicação do sentido de Jesus Eucarístico na vida e caminhada do povo de Deus”, afirma.

Para o paroquiano Diogo Teles da Igreja Ascensão do Senhor, em Salvador, Corpus Christi é uma das festas mais importantes para a Igreja Católica. Segundo ele, a data é propícia para recordar  que na última ceia Jesus se deu no pão e no vinho. “E hoje, todo católico que comunga desse Cristo vivo, deve participar dessa celebração em memória da Eucaristia, que é a nossa ligação com o Pai”, diz.

Assim como Diogo, o jovem da Paróquia Santo Amaro de Ipitanga, em Lauro de Freitas (BA), Marcos Felipe Fonseca, afirma que celebrar Corpus Christi é, antes de tudo, celebrar a grandeza de Deus e a beleza da fé. “É reconhecer que Ele cumpriu a Sua promessa de que não nos deixaria só e se faz presente em nosso meio através da Eucaristia. É também reviver o mistério do Deus que um dia disse aos discípulos, e hoje diz a nós: ‘Fazei isto em memória de mim’”, assegura.

Sobre o pioneirismo de Salvador na celebração de Corpus Christi, o coordenador da Pastoral de Comunicação, padre Manoel Filho, afirma que a cidade é marcada de forma indelével por esta procissão, que é uma manifestação de fé dos primeiros habitantes e que perdura até os dias atuais. “São 464 anos de fé nas ruas da cidade. Tudo o que Salvador é hoje, teve início em torno desta fé. Podemos imaginar o tempo passando, as mudanças surgindo, a cidade crescendo e o mesmo coração soteropolitano batendo de fé e esperança pelas ruas da cidade”.

          

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