Iniciam-se na noite deste domingo, 17, às 18h, pelo horário de Roma, na Capela Redemptoris Mater da residência apostólica, no Vaticano, os Exercícios espirituais de Quaresma para o Papa e a Cúria Romana.
Os Exercícios, que se concluirão no sábado, dia 23, constituem um dos últimos compromissos do Pontificado de Bento XVI e serão pregados pelo presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi.
Os Exercícios terão como tema "Ars orandi, ars credendi. O rosto de Deus e o rosto do homem na oração dos Salmos".
De acordo com Dom Ravasi, diante da renúncia do Papa ao ministério petrino, a condução do Exercícios será iniciada com uma particular saudação do cardeal ao Papa, especificamente confiada à Sagrada Escritura.
"Pensei apenas fazer uma particular saudação inicial, como já foi feito pelo cardeal decano e pelo cardeal secretário de Estado, mas uma saudação, neste caso, que eu gostaria de confiar à Bíblia. Isto é, buscarei uma imagem que represente idealmente o futuro da presença de Bento XVI na Igreja, como uma presença de fundo, que continua sendo tal justamente na dimensão vertical, ou seja, na dimensão da senda da altura, aonde ele irá agora, que é justamente o da contemplação, da oração pela Igreja, do ministério feito através da intercessão em favor da comunidade que ele antes conduzira."
No que diz respeito ao diálogo com outras culturas dentro do Pontificado de Bento XVI, Dom Ravassi afirma que o elemento mais significativo foi o Pátio dos Gentios, por ter representado uma realidade que teve início justamente a partir das palavras do Santo Padre, que foi, segundo o cardeal, acompanhada por ele "sempre com grande interesse, com grande participação."
“Diria que um segundo elemento é, certamente, o fato de ter-se interessado também pela relação com a arte. Tivemos ocasião de eventos significativos, como o encontro com os artistas na Capela Sistina, como o evento dos seus 60 anos de sacerdócio. São elementos que mostram que a Igreja quer retornar ainda à grandeza do diálogo com o belo, não somente com o verdadeiro.”
Por fim, o presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, diz ser relevante a questão da relação entre fé e razão. “A cultura foi um elemento indispensável, creio, para decifrar também o seu Pontificado. Todos esses elementos serão certamente considerados também pelo novo Pontífice em seu plano pastoral, porque são, afinal, o retrato do compromisso eclesial no mundo."
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