Audiência com a Cúria Romana

Discurso de fim de ano: Papa destaca valor da família e do diálogo

O Papa Bento XVI reuniu-se na manhã desta sexta-feira, 21, com a Cúria Romana para os votos de Boas Festas e o tradicional discurso de fim de ano. Entre os diversos temas fundamentais abordados pelo Pontífice no discurso, ele destacou o valor da família e do diálogo, incluindo o inter-religioso.

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.: NA ÍNTEGRA: Discurso do Papa à Cúria Romana

Ele mencionou alguns momentos no âmbito da vida da Igreja ao longo deste ano, como as viagens ao México, Cuba e ao Líbano, o Encontro Mundial das Famílias em Milão e o Sínodo dos Bispos sobre Nova Evangelização.   

“Todas estas ocasiões permitiram tocar temas fundamentais do momento presente da nossa história: a família (Milão), o serviço em prol da paz no mundo e o diálogo inter-religioso (Líbano), bem como o anúncio da mensagem de Jesus Cristo, no nosso tempo, àqueles que ainda não O encontraram e a muitos que só O conhecem por fora e, por isso mesmo, não O reconhecem”, disse.

Sobre a família, Bento XVI disse que a alegria do encontro em Milão mostrou que, apesar das múltiplas impressões em contrário, a família está forte e viva também hoje. Mas ele não deixou de mencionar a crise que ameaça as bases familiares.

“Na questão da família, não está em jogo meramente uma determinada forma social, mas o próprio homem: está em questão o que é o homem e o que é preciso fazer para ser justamente homem. Os desafios, neste contexto, são complexos”.

Antes de mais nada, o Papa lembrou que há a questão da capacidade que o homem tem de se vincular ou então da sua falta de vínculos. De acordo com ele, a recusa do vínculo humano, “que se vai generalizando cada vez mais por causa duma noção errada de liberdade e de auto-realização”  quer dizer que o homem permanece fechado em si mesmo.

“Com a recusa de tal vínculo, desaparecem também as figuras fundamentais da existência humana: o pai, a mãe, o filho; caem dimensões essenciais da experiência de ser pessoa humana”.

Diálogo

Com relação à importância do diálogo, Bento XVI destacou três campos do tempo atual onde a Igreja deve estar presente lutando pelo significado do ser pessoa humana: o diálogo com os Estados, com a sociedade (incluindo a cultura e a ciência) e o diálogo com as religiões.

“No diálogo com o Estado e a sociedade, naturalmente a Igreja não tem soluções prontas para as diversas questões. Mas, unida às outras forças sociais, lutará pelas respostas que melhor correspondam à justa medida do ser humano”.

Sobre o diálogo com as religiões, o Santo Padre lembrou que esta é uma condição necessária para a paz no mundo no atual contexto da humanidade, o que o torna um dever para os cristãos e outras crenças religiosas. Ele destacou que este diálogo deve falar não de grande temas de fé, mas dos problemas concretos da convivência e da responsabilidade comum pela sociedade, pelo Estado e pela humanidade.

“Há-de ser, antes de tudo, simplesmente um diálogo da vida, um diálogo da ação compartilhada. (…) Aqui é preciso aprender a aceitar o outro na sua forma de ser e pensar de modo diverso. Para isso, é necessário fazer da responsabilidade comum pela justiça e a paz o critério basilar do diálogo”, enfatizou.

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