O Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro e Presidente da Comissão Arquidiocesana de Promoção e Defesa da Vida, Dom Antonio Augusto Dias Duarte, presidiu, nesta segunda-feira, 8, a “Missa pela Vida” por ocasião do Dia Nacional do Nascituro, na Igreja da Candelária, no Centro.
Inspirado pelo Evangelho do dia (Lucas 10,25-37), Dom Antonio destacou, durante a homilia, a importância de que se busque a conscientização da pessoa sobre o valor da vida humana, que é uma questão humanitária.
" O Senhor nos convida a gastar as nossas melhores energias para cuidar das pessoas que estão feridas, roubadas e marginalizadas, pessoas que são deixadas à margem da vida. Assim como a Semana Nacional da Vida, o dia de hoje, Dia do Nascituro, tem que ser não só comemorado, mas servir como um ponto de partida para mais ações em favor da vida. A nossa humanidade está ferida porque uma parte, constituída de homens, mulheres, organismos e instituições internacionais, querem roubar a dignidade das pessoas. A vida é muito mais que uma questão de saúde pública e econômica, é uma questão essencial para a humanidade, essencial para o mundo. O mundo que não respeita as crianças está destinado a ruir, a acabar", disse.
Segundo Dom Antonio, convocar pessoas para trabalhar por esta humanidade que está ferida é um dos maiores desafios daqueles que já lutam a favor da vida.
" Temos que conquistar nossa voz no mundo, justamente para poder mostrar que a sociedade só vai sobreviver se houver bons samaritanos, se houver homens e mulheres que param, olham e se dedicam a esse trabalho que é defender a vida desde a fecundação até a morte natural. Essas pessoas merecem toda a dedicação, todo o trabalho, todo o sacrifício do bom samaritano, que é cada um de nós. É o povo brasileiro que tem que ser um bom samaritano. Não podemos esperar muito daqueles que detêm o poder na sociedade. Temos que mobilizar pessoas que possam se sensibilizar com a questão do nascituro. (…) O povo brasileiro é contrário ao aborto, mas não podemos deixar que essa parcela da população veja todas essas questões que estão sendo impostas sem fazer nada. A defesa da vida é mobilizar o nosso povo para que seja coerente com as pesquisas que mostram que 80% da população é contra o aborto. O grande desafio, hoje em dia, na defesa da vida é convocar as pessoas para trabalharem pela humanidade ferida, mas a grande parcela do povo que é contra não tem essa consciência, e nós precisamos fazer com que a população veja, pare, se aproxime e cuide de todos aqueles que estão ameaçados", destacou o Bispo.
A Celebração Eucarística contou também com a participação da Professora Universitária, Coordenadora do Movimento em Defesa da Vida da Arquidiocese do Rio de Janeiro e Membro da Comissão Arquidiocesana de Promoção e Defesa da Vida, Elizabeth Regina dos Santos; da Coordenadora Interina do Comitê da Cidadania pela Vida – Brasil Sem Aborto do Rio de Janeiro, Jane Chantre; da Representante da Comissão Arquidiocesana de Promoção e Defesa da Vida, Movimento Brasil Sem Aborto no Rio de Janeiro, Maria José da Silva, e da cantora Elba Ramalho.
" É uma grande graça Deus ter me convidado para participar deste trabalho e, na verdade, Ele convoca a todos para defendermos a vida. Sou do Movimento em Defesa da Vida da Arquidiocese do Rio de Janeiro, que foi fundado por Monsenhor Ney Afonso de Sá Earp, em 1976; já estamos, portanto, caminhando para 40 anos de trabalho, e as pessoas devem pensar: então a luta contra o aborto já é antiga? Sim, é antiga. Nós trabalhamos no movimento há 40 anos e, na verdade, a luta já existia até mesmo antes disso. Durante muitos anos fizemos palestras em escolas, igrejas, fazíamos um trabalho de conscientização em ruas do Rio de Janeiro, especialmente em ruas que se localizam em bairros onde infelizmente existem clínicas de aborto, que são do conhecimento de todos e é uma vergonha para a nossa cidade, ao escárnio da Lei e da nossa Constituição, mas isso é fato e pedimos às autoridades que tomem as providências, pois se a Igreja, a sociedade, a polícia, a justiça e cada um de nós cumprirmos o nosso papel, nós não teremos o problema do aborto", afirmou Elizabeth Regina dos Santos.
Após a Missa, os membros da Comissão Arquidiocesana de Promoção e Defesa da Vida, do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, e do Instituto Eu Defendo, juntamente com os cidadãos cariocas, organizaram uma manifestação em favor da vida pelas ruas do Centro, testemunhando na prática sua opção por serem construtores da Cultura da Vida e da Civilização do Amor – convite feito pelo Beato João Paulo II, na Encíclica “Evangelho da Vida”.
Para encerrar as comemorações pelo Dia do Nascituro, a partir das 18h, desta segunda-feira, 8 de outubro, o Cristo Redentor ficou durante toda a noite iluminado pela cor amarela.
" Hoje terminamos a Semana Nacional da Vida com essa data tão valiosa para toda a população brasileira e por quê? Porque as crianças são o futuro deste país e se elas forem acolhidas, reconhecidas na sua dignidade e tratadas como pessoas que têm uma importância social, estaremos garantindo aquilo que está escrito no Estatuto do Nascituro. O Estatuto da Criança e do Adolescente já foi aprovado e ali já se fala da importância das crianças e adolescentes para o futuro do país. Então, nós temos que reforçar o Estatuto do Nascituro, porque os bebês estão para nascer e se não são respeitados quem nos garante que as crianças e os adolescentes serão? Por isso é muito importante, no Dia do Nascituro, nós reavaliarmos a nossa posição de cidadãos. Nós estamos querendo um país com justiça e solidariedade ou não? Temos que defender o nascituro e, além disso, defender e promover o Estatuto, para que nós possamos responder com coerência essa pergunta: Qual o Brasil que nós queremos no futuro? Um país que sabe respeitar a pessoa na sua dignidade, nas suas condições, ou um país que vai ser totalitário, ditatorial e determinar quem merece e quem não merece nascer?," questionou Dom Antonio Augusto.
Estatuto do Nascituro
Tramita na Câmara dos Deputados o Estatuto do Nascituro (Projeto de Lei 478/07), que protege a vida humana desde o momento da concepção. O PL já foi aprovado na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) e está agora na Comissão de Finanças e Tributação (CFT), visto que ele prevê gastos públicos, particularmente no artigo 13º, parágrafo 2º, que afirma que o Estado deve pagar pensão à mãe e ao bebê, quando este for gerado em situação de estupro, enquanto não houver a identificação do pai do bebê ou enquanto a criança não for adotada, nos casos em que a adoção for uma escolha da mãe. O presidente da CFT e relator do projeto é o deputado Jorge Puty, a quem todos os cidadãos devem escrever solicitando a aprovação do Estatuto do Nascituro. Seu endereço eletrônico é: dep.claudioputy@camara.gov.br .
O Artigo 13 do Estatuto do Nascituro está de acordo com o Artigo 203, incisos I e II, da Constituição Federal, que garante a prestação de Assistência Social a quem dela necessite para proteger a família, a maternidade, a infância, a adolescência e a velhice e para amparar crianças e adolescentes carentes.
Além disso, toda a população deve subscrever o abaixo-assinado que está sendo passado pelo Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil Sem Aborto, em favor da aprovação do referido projeto. O acesso: www.ipetitions.com/petition/estatutodonascituro/.
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