Um momento de discussão sobre o atual sistema de saúde pública no Brasil. Assim foi o lançamento oficial da Campanha da Fraternidade 2012, realizado na tarde desta quarta-feira, 22, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Para este ano, a campanha traz como tema “Fraternidade e Saúde Pública” e como lema “Que a saúde se difunda sobre a Terra”.
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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou do lançamento da campanha. Ele agradeceu a oportunidade de poder discutir a saúde pública no Brasil, dizendo que espera críticas e elogios em relação aos diversos projetos desenvolvidos nessa área.
Três aspectos principais nortearam as discussões abordadas no evento: a falta de recursos para a saúde pública, os desvios desses recursos para outras áreas e o corte de R$ 5 bilhões feito pelo governo federal no orçamento da saúde.
O secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, criticou esse corte orçamentário, dizendo que isso poderia ter sido feito em outra área. Ele ressaltou que a população deve procurar fiscalizar o destino dos recursos direcionados à saúde.
De acordo com Dom Leonardo, uma das preocupações é em relação às pessoas mais pobres, que sofrem com a deficiência de atendimento adequado. “Nossa grande preocupação é que a saúde possa atingir especialmente os pobres. Nós verificamos que nas grandes cidades, nas periferias, e também nas regiões do interior, mais distantes, a saúde pública é muito deficiente”
Saúde no Brasil
O consultor da Organização Panamericana de Saúde (OPA), Nelson Rodrigues dos Santos, que também esteve presente no lançamento da CF 2012, levantou alguns dados referentes à saúde pública no Brasil. De acordo com ele, o país é um dos piores em termos de investimento na saúde.
Rodrigues lembrou que o governo tem dado diversos subsídios para os planos de saúde, o que acaba sustentando mais esses planos do que o sistema público de saúde.