O Arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, presidiu, na manhã desta Quinta-feira Santa, 21, a Missa do Crisma, na Catedral da Sé. A celebração tem esse nome porque nela são abençoados os santos óleos usados nos sacramentos da Unção dos Enfermos e do Batismo e é consagrado o óleo do Crisma, usado nos sacramentos da Confirmação, Batismo e na ordenação de presbíteros e bispos.
A catedral estava cheia para a Missa concelebrada pelo Arcebispo emérito, Cardeal Dom Cláudio Hummes, os bispos auxiliares e cerca de 200 padres, a maioria do clero da Região Episcopal Sé, além de representantes das outras cinco regiões, que celebraram essa mesma Missa na noite da quarta-feira, 20, presididas pelos respectivos bispos auxiliares.
Essa Missa é também o momento em que o clero se reúne com o Arcebispo para renovarem suas promessas sacerdotais. “Em torno de Dom Odilo e dos bispos auxiliares, nós vivemos e celebramos a comunhão com Cristo”, afirmou o Bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal da região Sé, Dom Tarcísio Scaramussa, logo no início da celebração.
Na homilia, Dom Odilo destacou que esta Missa era o momento dos católicos recordarem o “grande dom que Deus fez a sua Igreja”. “Jesus Cristo instituiu o sacerdócio e o entregou à Igreja para que, por meio dele e nele próprio, único sacerdote, continuassem a servir o povo de Deus”, disse.
O Cardeal também ressaltou que nas leituras da liturgia do dia, a palavra “unção” se repete diversas vezes. “É a unção recebida do Espírito Santo que capacita para a realização da missão conferida por Deus”, exortou. Ele também agradeceu aos padres por seu empenho em servir na Arquidiocese, recordando os padres idosos e enfermos.
O Arcebispo ainda recordou que Jesus doou sua vida pela humanidade, “enviando o Espírito da vida sobre os apóstolos, para que ele continuasse a ser aquele que unge os sacerdotes e que também faz suscitar vida nova nos seus eleitos, naqueles que, crendo, são batizados e recebem a unção batismal para serem, também, membros do povo sacerdotal, do povo real deste corpo pastoral que continua a obra de Jesus Cristo Bom Pastor no meio do mundo”.
“Fomos ordenados sacerdotes para servir, não para privilégios”, ressaltou Dom Odilo, que lembrou que a disposição de servir dos padres pode requerer, muitas vezes, sacrifícios e cansaços. Mas ele garantiu que em Jesus Cristo, os sacerdotes podem buscar forças.
“Todos são convidados a rezar pelos seus pastores, pelos seus padres, para que nós sejamos fiéis. Para que nós sejamos fortes no serviço que devemos prestar. Para que ninguém desanime”, acrescentou o Arcebispo, que também motivou o povo a rezar pelas vocações.
O rito de unção e consagração dos óleos é rico em símbolos. Após abençoar os óleos dos enfermos e dos catecúmenos, que foram trazidos solenemente, Dom Odilo derramou bálsamo e perfume no recipiente com o óleo do Crisma, antes de sua consagração. Em seguida soprou sobre o Crisma, como sinal da presença do Espírito Santo.
Depois da comunhão, em nome do clero, o vigário-geral da Região Sé, padre Aparecido Silva, manifestou ao Arcebispo o desejo do clero de sempre colaborar com sua missão na Arquidiocese. “Diante de tantos clamores para que se construa uma sociedade justa e fraterna, podemos imaginar a suas inquietações e preocupações do dia-a-dia para que Deus habite em todos os ambientes da cidade”, destacou, garantindo que os sacerdotes dividem com Dom Odilo esses clamores da cidade, sempre colocando-se ao seu lado.
No final da Missa, Dom Odilo transmitiu a mensagem do Arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, a quem visitou no início da semana. O Cardeal Arns pediu que o Arcebispo transmitisse seus votos de feliz Páscoa a todo o povo.
Dom Odilo também aproveitou para manifestar a alegria pelo retorno de Dom Cláudio e anunciou sua nomeação com vigário-geral da Arquidiocese e responsável por acompanhar as coordenações pastorais do Mundo do Trabalho e dos Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades.