A Igreja não pode mais contar com a sociedade para uma compreensão do matrimônio no sentido cristão. Foi o que destacou o Papa Bento XVI em seu discurso pronunciado na manhã desta quinta-feira, 7, aos bispos indianos de tradição siro-malankareses, em visita ad Limina.
Bento XVI enfatizou que é preciso pensar no casamento como um vínculo duradouro, estável, aberto a geração dos filhos, porque a família se tornou frágil diante de valores que colocam os filhos apenas como um direito e não como um dom.
Segundo o Santo Padre, essa mudança nos valores da família acontece de maneira rápida e drástica em todo o mundo, desafiando os cristãos a “proclamar a verdade libertadora do evangelho”.
“Infelizmente, a Igreja não pode mais contar com o sustento da sociedade em geral para promover a compreensão cristã do matrimônio como união estável e indissolúvel, orientada para a procriação e santificação dos esposos”, enfatizou Bento XVI.
Dentro deste mistério de comunhão de amor, o Papa destacou que o matrimônio sacramental e a vida familiar são expressões privilegiadas da participação na vida divina. Assim, destacou a importância do apoio dos bispos, sacerdotes e comunidades na formação sólida e integral dos jovens, além de capacitá-los e responsabilizá-los, pode beneficiar a sociedade como um todo.
Na sequência, Bento XVI agradeceu pela fé, caridade e trabalho árduo das comunidades de religiosos e religiosas nas eparquias do país.
“A vocação à vida religiosa e o exercício da caridade perfeita é atraente em qualquer idade, mas deve ser alimentada por uma renovação espiritual constante e pela formação, que deve ser parte integrante do cotidiano de cada indivíduo e da comunidade”, disse o Papa.
O Pontífice destacou ainda a especificidade da Igreja na Índia, na qual sua unidade se reflete em uma diversidade de ritos e tradições. O Santo Padre pediu aos bispos que continuem a promover a comunhão, deixando que o comando suave de São Paulo continue a guiar seus corações e esforços apostólicos.