“Não é com pequena emoção que tomo posse na Arquidiocese que tem em seu nome uma homenagem ao Senhor”, disse Dom Murilo Krieger na celebração de posse da Arquidiocese de Salvador, realizada na noite desta sexta-feira, 25, na Catedral Basílica.
Tendo em vista a renúncia de Dom Geraldo Majella, por limite de idade – 75 anos, em conformidade com os cânones 411 e 401, parágrafo 1, do Código de Direito Canônico – o Vaticano nomeou Dom Murilo Krieger para a função de Arcebispo de Salvador na Bahia, esperando que ele “empenha-se para a edificação da Igreja”, destacou o Decreto de nomeação lido no início de cerimônia de posse.
“Procurarei exercer minha missão em profunda união com o Papa Bento XVI, dedicando-me a missão que ele me confiou”, afirmou o novo Arcebispo Primaz.
Apoio para a nova missão
Dom Murilo ressaltou que tem seu antecessor, Dom Geraldo Majella, como um amigo e companheiro de missão, alguém que ele muito admira por sua atuação nas diversas missões que a Igreja lhe confiou.
O Arcebispo de Salvador disse que, com sua experiência de 26 anos de episcopado, constatou que “a maior parte daquilo que um bispo consegue realizar o faz pelos seus sacerdotes”, dizendo que os padres e seminaristas de Salvador são sua esperança.
“Seguir Jesus Cristo significa seguir como aquele que lava os pés”, enfatizou Dom Murilo. Aos religiosos das diversas ordens e os membros de comunidades e movimentos de leigos, ele ressaltou que “a maior contribuição [deles] é a vivência profunda de seus carismas”.
Construção de diálogos para a sociedade melhor
Às autoridades civis, militares e judiciais presentes, o arcebispo afirmou que “juntos construímos uma sociedade justa, fraterna e solidária”.
Na disposição pela busca de diálogo com os cristãos de outras religiões, Dom Murilo destacou que na fé será possível construir a unidade desejada por Jesus Cristo. E para os não cristãos, o arcebispo disse que “todos somos chamados a um encontro fraterno com os empenhados na construção de um mundo melhor”.
Todos são chamados à santidade
Ao lembrar o lema de seu episcopado, “Deus é Amor”, Dom Murilo enfatizou que “qualquer que seja a sua história há uma certeza: Deus te ama”. Diante da pobreza e das desmazelas sociais, o arcebispo lembrou do exemplo deixado por Irmã Dulce, ressaltando que ela levava consigo esse amor de Deus para as pessoas, recordando-as que elas são amadas por Deus, e assim como ela, com os olhos mirando o Céu e com os pés no chão, todos são chamados à santidade.
“Santo é aquele que encontra Jesus Cristo e caminha com ele em direção ao Pai”, concluiu o novo Arcebispo de Salvador.
Em unidade com o Santo Padre
“É com muita honra e satisfação que venho acompanhar a posse do 27º Arcebispo de Salvador e prestar honra a Dom Geraldo Majella”, ressaltou o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri.
O Núncio Apostólico agradeceu a dedicação de Dom Geraldo em Salvador dizendo que “a Igreja no Brasil lhe será sempre grata por seu trabalho” e que “o Santo Padre certamente lhe terá sempre em sua oração”.
Ao novo arcebispo, Dom Lorenzo disse que sua atuação no Paraná e em Santa Catarina lhe trouxe experiência e competência para realizar a missão que o Papa João Paulo II lhe confiou como bispo.
“Os hábitos aqui são distintos, mas Deus é o mesmo”, ressaltou o Núncio lembrando com admiração o exemplo deixado pelo “anjo bom da Bahia”, Irmã Dulce, que será beatificada no dia 22 de maio. Ao falar dos problemas sociais ainda presentes no Brasil e, em particular na Bahia, Dom Lourenzo recordou as palavras de João Paulo II: “O Brasil precisa de santos”.
O caminho de Santidade é um chamado de Deus para todos, assim, o Núncio destacou a importância de uma vida de fé autêntica. “Somente quando tivermos imbuídos pelo Amor seremos capazes de ser felizes”.
Anunciador da Boa Nova
O bispo é um mestre da fé das palavras de Jesus, um anunciador da Boa Nova. Assim para realizar sua missão de “santificar, governar e pastorar”, o Núncio destacou que o bispo deve atuar com caridade.
“Que a luz [de Cristo] o ilumine para que Ele reine nos corações no rebanho que Deus lhe confiou”, desejou o Núncio Apostólico.
Bom Pastor
Ao despedir-se da função, Dom Majella ressaltou que todo bispo encontra na figura do Bom Pastor seu modelo e, que como sucessor apostólico, cada bispo tem como missão apascentar o rebanho que Deus lhe confiou.
Cardeal Majella recordou que por 126 anos Salvador foi a única diocese neste país que teve como marco inicial de sua história uma Missa, sendo sinal da pregação evangélica. “A Igreja é a confirmação da fé, escada para Cristo”, salientou.
Agradecendo o clero e todos os fiéis que desempenharam com fidelidade suas missões, Dom Majella disse agradecer a Deus pela missão que conduziu pelos últimos 12 anos.
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