Ministro da presidência

Visita do Papa a Portugal será grande acontecimento, diz ministro

O ministro da presidência de Portugal, Pedro Silva Pereira, considera que a visita de Bento XVI ao país, entre os dias de 11 a 14 de maio, será “um grande acontecimento de mobilização e de festa na sociedade portuguesa”.

Em entrevista à agência Ecclesia, o membro do Governo disse que a presença do Papa é encarada pelo executivo como a de “visita um Chefe de Estado”, com a consciência de que “ele significa muito para muitos portugueses católicos e também outros que, não sendo católicos, têm no Papa e a Igreja uma referência”.

Silva Pereira admite que a “mobilização da esperança” que a Igreja pretende com a visita papal “é muito importante, neste momento em que não só a sociedade portuguesa mas a generalidade dos países enfrentam dificuldades para sair de uma crise que foi muito dolorosa”.

“Bento XVI escreveu, não há muito tempo, uma Encíclica importante sobre questões sociais e creio que isso será uma marca da sua visita”, adianta.

O ministro da presidência defende, em relação à questão das tolerâncias de ponto concedidas pelo Governo, que estamos perante “uma solução de bom senso e razoável”, pelo fato de muitos portugueses desejarem “ter a oportunidade de estar perto do Papa, que constitui uma referência para a fé que professam”.

“A visita do Papa não é uma visita de um Chefe de Estado qualquer, traz consigo mais do que uma simples visita institucional”, afirma.

Para Pedro Silva Pereira, contudo, não está em causa a laicidade do Estado, justificando a atenção particular do executivo a esta visita no quadro de cooperação permanente com a Igreja, “visível também nesta ocasião”.

"A separação entre o Estado e as confissões religiosas é um dado adquirido", indica.

O membro do executivo destaca ainda que a visita de Bento XVI “acontece num bom momento para as relações entre o Estado e a Igreja Católica na sociedade Portuguesa”.

Os problemas surgidos na regulamentação da Concordata de 2004 não são ignorados por Silva Pereira que, no entanto, lembra o “trabalho conjunto da Igreja Católica e do Estado, na Comissão Paritária, que está a funcionar, designadamente em matérias fiscais”.

Temas eventualmente polêmicos durante a visita, como a recente legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, não preocupam o ministro da presidência, para quem não é necessário que Igreja e Estado estejam “de acordo em tudo”.

“Nada disso prejudica o essencial: temos um bom quadro de relacionamento com a Igreja Católica, e também com outras confissões religiosas”, conclui.

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