O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ganhou na sexta-feira o Prêmio Nobel da Paz por dar ao mundo a "esperança de um futuro melhor" e lutar pelo desarmamento nuclear, uma decisão surpreendente que atraiu tanto elogios quanto críticas fortes.
Obama está no cargo há menos de nove meses e ainda não obteve nenhum êxito expressivo na política externa, razão pela qual a decisão do Comitê Nobel Norueguês foi recebida com perplexidade por jornalistas em Oslo.
O comitê elogiou Obama por "seus extraordinários esforços para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos," mas críticos – especialmente no mundo árabe e islâmico – consideraram a decisão prematura.
O porta-voz de Obama o acordou para dar a notícia quando ainda era madrugada em Washington, e uma fonte do governo disse que o presidente recebeu o prêmio "com humildade".
Diante do comentário, em troca de e-mails com a Reuters, de que muita gente no mundo inteiro ficou perplexa com o anúncio, David Axelrod, assessor especial de Obama, disse: "Assim como nós."
Primeiro negro a governar os EUA, Obama, de 48 anos, tem defendido o desarmamento e se empenhado pela retomada do processo de paz do Oriente Médio.
"Muito raramente uma pessoa capturou a atenção mundial na mesma extensão que Obama e deu ao seu povo esperança de um futuro melhor," justificou o comitê do Nobel.
Estadistas como Nelson Mandela e Mikhail Gorbachev, ambos já laureados com o Nobel, elogiaram a decisão. Outros setores disseram que a homenagem foi apressada e não-merecida.
"Obama ainda tem um longo caminho a percorrer e muito trabalho a fazer antes que possa merecer uma recompensa," disse Sami Abu Zuhri, dirigente do grupo islâmico palestino Hamas. "Obama fez apenas promessas e nenhuma contribuição palpável para a paz mundial. E ele não fez nada para garantir a justiça nas causas árabes e muçulmanas."
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