Nesta sexta-feira, 19, solenidade do Sagrado Coração de Jesus e Dia de Santificação dos Sacerdotes, o Papa Bento XVI presidiu às segundas Vésperas, na Basílica de São Pedro. Com essa Celebração, o Santo Padre abriu o Ano Sacerdotal por ele convocado, por ocasião dos 150 anos de morte do Santo Cura D'Ars – São João Maria Vianney – patrono dos párocos, que ele proclamará patrono de todos os sacerdotes.
Em sua homilia, Bento XVI recordou a festa celebrada em toda a Igreja, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e afirmou que no Antigo Testamento se fala 26 vezes do Coração de Deus, considerado como o órgão de sua vontade.
Em seguida, o Papa lembrou uma passagem na qual o tema do coração de Deus se encontra expresso de modo absolutamente claro: o capítulo 11 do livro do profeta Oséias, no qual os primeiros versículos descrevem a dimensão do amor com o qual o Senhor se dirigiu a Israel no alvorecer de sua história: "Quando Israel era um menino, eu o amei e do Egito chamei meu filho" (v 1).
Na realidade – observou o Papa – Israel responde com indiferença e até mesmo com ingratidão à incansável predileção divina. "Mas quanto mais eu os chamava, tanto mais eles se afastavam de mim (v 2). Todavia – prosseguiu o Pontífice – o Senhor jamais abandona Israel nas mãos dos inimigos, porque o "meu coração se contorce dentro de mim, minhas entranhas comovem-se", diz o Senhor (v 8).
Na solenidade do Sagrado Coração, enfatizou o Papa, "a Igreja oferece este mistério à nossa contemplação, o mistério do coração de um Deus que se comove e derrama o seu amor sobre a humanidade".
Bento XVI agradeceu a todos aqueles que, respondendo a seu convite, se fizeram presentes na Basílica de São Pedro para a Celebração com a qual foi aberto o Ano Sacerdotal.
O Santo Padre dirigiu uma saudação particular aos cardeais e bispos presentes, entre os quais, ao prefeito e ao secretário da Congregação para o Clero, respectivamente, Cardeal Claudio Hummes, e Dom Mauro Piacenza.
Amor que salva e faz viver
No Coração de Jesus encontra-se o núcleo essencial do Cristianismo, disse Bento XVI, acrescentando que em Cristo nos foi revelada e oferecida toda a novidade revolucionária do Evangelho: "o Amor que nos salva e nos faz viver desde já na eternidade de Deus".
Referindo-se ao solene início do Ano Sacerdotal por ele convocado por ocasião dos 150 anos da morte do Santo Cura D'Ars, o Papa citou a carta enviada aos sacerdotes para este especial ano jubilar.
O Pontífice fez votos de que esta sua missiva seja uma ajuda e encorajamento a fazer deste ano uma ocasião propícia para crescer na intimidade com Jesus, "que conta conosco, seus ministros, ressaltou, para difundir e consolidar o seu Reino".
Em seguida, Bento XVI referiu-se ao Apóstolo dos Gentios, a quem foi dirigia a atenção durante o Ano Paulino que está para se concluir. "Deixar-se conquistar plenamente por Cristo": esta foi a finalidade de toda a vida de São Paulo, recordou o Papa, ressaltando que essa foi também a meta de todo o mistério do Santo Cura D'Ars. "Que este seja também o objetivo principal de cada um de nós", foi a exortação do Pontífice.
Promessas sacerdotais
Em seguida, Bento XVI recordou as "promessas sacerdotais" feitas no dia da ordenação presbiteral e que são renovadas todos os anos, na Quinta-feira Santa, na Missa do Crisma.
"Até mesmo as nossas carências, os nossos limites e fraquezas devem reconduzir-nos ao Coração de Jesus", disse o Papa, ressaltando que nada faz a Igreja sofrer tanto quanto os pecados de seus pastores, sobretudo daqueles que se transformam em "ladrões das ovelhas" (Jo 10, 1ss) ou porque as desviam com as suas doutrinas privadas, ou porque as abordam com laços de pecado ou de morte.
"Também para nós, caros sacerdotes, foi a exortação do Pontífice, vale o chamado à conversão e ao recurso à Divina Misericórdia, e igualmente devemos dirigir com humildade ao Coração de Jesus o premente pedido de que nos preserve do risco terrível de prejudicar aqueles a quem devemos salvar".
Por fim, Bento XVI recordou que "a Igreja precisa de sacerdotes santos; de ministros que ajudem os fiéis a experimentar o amor misericordioso do Senhor e sejam testemunhas convictas desse amor.
O Papa concluiu a homilia da Celebração das segundas Vésperas dirigindo-se a Nossa Senhora:
"Que a Virgem Santa, nossa Mãe, nos acompanhe no Ano Sacerdotal que hoje iniciamos, para que possamos ser guias firmes e iluminados para os fiéis que o Senhor confia aos nossos cuidados pastorais".
Procissão e Adoração Eucarística
A Celebração foi precedida, por um discurso do secretário da Congregação para o Clero, Dom Mauro Piacenza. Em seguida, teve lugar a procissão com a Relíquia do Santo Cura D'Ars – o seu coração – saindo da Capela da Piedade até o altar da Confissão e a Capela do Coro.
A procissão foi conduzida pelo arcipreste da Basílica Vaticana, Cardeal Angelo Comastri; pelo prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Claudio Hummes; e pelo Bispo de Belley-Ars, Dom Guy Bagnard.
Ao chegar à Basílica Vaticana, o Papa foi até a Capela do Coro, onde venerou a Relíquia de São João Maria Vanney. Após a celebração das segundas Vésperas teve lugar a Adoração Eucarística.
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