Camarões e Angola

Bento XVI inicia viagem à África

O Papa Bento XVI deixou Roma às 10 horas da manhã de hoje, hora local, para a sua primeira viagem à África, que o levará a Camarões e Angola. Serão sete dias, durante os quais o papa dará uma especial atenção às guerras, à fome e às doenças que atingem a população do continente.

Em Yaoundé, capital de Camarões, o papa permanecerá até sexta-feira, dia 20, e ali entregará o Instrumentum Laboris, o Instrumento de Trabalho do segundo Sínodo para a África que se realizará no Vaticano no próximo mês de outubro. De 20 a 23 de março o papa estará em Angola. Muitos encontros estão na agenda do Pontífice com políticos, bispos, religiosos e religiosas, leigos, e com os movimentos femininos católicos.

Em Yaoundé, onde o papa deve chegar por volta das 16 horas, hora local, meio-dia em Brasília, Bento XVI será recebido no aeroporto Nsimalen pelo presidente do país, Paul Biya. Após o discurso de boas-vindas do presidente, o Papa dirigirá, ao continente, sua primeira saudação em terras africanas. Na conclusão da cerimônia, o Bento 16 deixará o aeroporto e se dirigirá para a nunciatura apostólica onde pernoitará.

Amanhã, quarta-feira, o primeiro compromisso do Pontífice será a visita de cortesia ao presidente da República. O Santo Padre encontrará ainda os bispos de Camarões e presidirá, na Basílica Maria Rainha dos Apóstolos, a oração das primeiras Vésperas da solenidade de São José, com a participação dos bispos, sacerdotes, religiosos, seminaristas, diáconos, movimentos eclesiais e de representantes de outras confissões cristãs.

Angola

Em Luanda, aonde chegará no próximo dia 20, Bento XVI lembrará o aniversário de 500 anos da evangelização de Angola, o primeiro território do sul africano a receber missionários. Esta é a primeira viagem de um pontífice ao continente desde março de 1998, ocasião em que João Paulo II visitou a Nigéria e beatificou Cyprian Michael Iwene Tansi, um monge nigeriano que morreu em Londres em 1964.

Depois de mais de uma década, muitos problemas econômicos, sociais e políticos da África continuam presentes no dia-a-dia dos africanos. Documentos do Vaticano em preparação para a viagem ressaltam que avançam a corrupção, o mau Governo, a desigualdade social, as doenças, a pobreza e a distância cada vez maior entre governantes e cidadãos.

Além disso, guerras e conflitos continuam tendo força; acordos de paz e tréguas não são respeitados por muito tempo e as violações dos direitos humanos se perpetuam diante da indiferença da comunidade internacional. Mesmo diante deste cenário, o papa reconheceu a "enorme potencialidade e esperança" do continente africano.

Em Luanda, Bento XVI abençoará o processo de consolidação da paz iniciado em 2002 e os progressos econômicos registrados nos últimos anos, cujos benefícios, segundo o relatório vaticano, devem ser repartidos por toda a população, especialmente os mais pobres.

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