O Papa Bento XVI enviou hoje, 5, uma mensagem de pesar pelo falecimento do Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Aleksej II.
"Recebi com viva comoção a triste notícia da morte de Sua Santidade Aleksej II, e com fraterno afeto desejo expressar ao Santo Sínodo e a todos os membros da Igreja Ortodoxa Russa as minhas mais sinceras condolências, garantindo a minha solidariedade neste momento de grande tristeza", diz a mensagem.
O Papa eleva súplicas ao Senhor para que acolha no seu Reino de paz e de alegria eterna esse "incansável ministro" e doe consolação e conforto aos que choram a morte do Patriarca.
"Mêmore do comum empenho no caminho da recíproca compreensão e colaboração entre ortodoxos e católicos, recordo os esforços que o Patriarca fez para o renascimento da Igreja, depois da dura opressão ideológica que causou o martírio de muitas testemunhas da fé cristã", acrescentou.
Em especial, o Santo Padre recordou a batalha pela defesa dos valores humanos e evangélicos que o Patriarca conduziu em particular no Continente europeu, desejando que o seu empenho produza frutos de paz e de autêntico progresso humano, social e espiritual.
Também o secretário de Estado, Card. Tarcísio Bertone, enviou um telegrama ao Sínodo da Igreja Ortodoxa Russa. Já o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, emitiu um comunicado no qual reconhece a importância do seu ministério patriarcal "em um período de grandes mudanças".
"Sua liderança permitiu à Igreja enfrentar a transição da era soviética para a era presente com uma renovada vitalidade interior", explicou. Aleksej II, acrescentou o purpurado, "foi um instrumento na promoção do enorme crescimento de dioceses, paróquias, mosteiros e instituições educativas, que deram vida a uma Igreja que sofreu muito durante muito tempo".
Cardeal Kasper disse à Rádio Vaticano, que recebeu a notícia com grande pesar e tristeza. "O Patriarca Aleksej II foi certamente um dos maiores líderes religiosos na época difícil de mudança do sistema comunista para a situação atual. Ele tem o grande mérito de ter reconstruído, praticamente do nada, a Igreja. Pessoalmente, encontrei várias vezes o Patriarca Aleksej II, desde a época em que era bispo de Rottenburg-Stuttgart. Sempre fui recebido de modo muito cordial e aberto".
O Prelado comentou ainda o "grande empenho" do Patriarca russo para a reaproximação da sua Igreja com a Igreja Católica: "Não tenho a menor dúvida de que ele tinha interesse em uma aproximação entre a Igreja ortodoxa russa e a Igreja católica, apesar de todas as dificuldades, apesar de todas as tensões ocasionais que se verificaram. Sobretudo nos últimos anos, as relações com Moscou melhoraram sensivelmente e temos boas esperanças de poder melhorá-las ainda mais. Pedimos a Deus que o recompense pelo bem que realizou no seu longo e difícil serviço à Igreja de Jesus Cristo".
Aleksej II nasceu em 23 de fevereiro de 1929 em Tallín, Estônia. Depois da morte do patriarca Pimen I, em 1990, Aleksej foi designado para dirigir a Igreja Ortodoxa Russa.
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