O bispo diocesano de Bergamo, Itália, Dom Roberto Amadei, deu início ao processo de beatificação de Frei Alberto Beretta, italiano, sacerdote capuchinho, médico-missionário e irmão de Santa Gianna Beretta Molla. Frei Alberto viveu 31 anos na cidade de Grajaú, no interior do Maranhão.
A abertura do processo se deu com uma celebração no último dia 18, na sala João XXIII da Cúria Diocesana de Bérgamo, na qual Dom Roberto afirmou: "Ele foi uma grande testemunha de caridade no dia-a-dia, capaz de fazer com que a vida se torne ensinamento do evangelho. Uma testemunha grande e silenciosa". A cerimônia concluiu oficialmente a fase preparatória do inquérito sobre Frei Alberto, "morto com fama de santidade".
Estavam presentes na cerimônia de abertura do processo de beatificação o Postulador Geral e o vice-postulador dos Frades Capuchinhos, Frei Florio Tessari e Frei Claudio Resmini, além de numerosos confrades capuchinhos. Da família de Frei Alberto, marcaram presença seus irmãos, Monsenhor Giuseppe e Irmã Virgínia, alguns sobrinhos e parentes. O Bispo Emérito de Grajaú, Dom Serafim Spreafico, representou a Diocese de Grajaú.
Testemunho, mesmo na doença
Na ocasião foram lembrados a vida e o amor de Frei Alberto pelos irmãos mais sofridos, suas atividades no Brasil, na diocese de Grajaú e seu retorno à Itália após sofrer um derrame. "Na casa do seu irmão sacerdote em Borgo Canale, em Bergamo, após 20 anos de sua doença, Frei Alberto continuou a testemunhar Cristo por meio da oração e de sua serenidade”, disse o bispo. "Um testemunho importante na sociedade de hoje que considera como pessoas inúteis aqueles que não produzem", concluiu.
Processo de beatificação
Seus testemunhos foram colhidos e seus escritos foram examinados. A documentação foi enviada à Santa Sé a fim de obter a necessária autorização para dar início ao processo de beatificação.
O processo diocesano ficou a cargo do Monsenhor Giuseppe Martinelli na qualidade de juiz, Padre Eugênio Zanetti como juiz suplente, Monsenhor Umberto Midali como promotor de justiça e Mariângela Tosi e Silvia Deho, como notários.
Após a entrega dos encargos e o juramento feito pela comissão que conduzirá o processo, dom Amadei completou dizendo: "É um dia de alegria para nossa Igreja de Bergamo – que o processo de beatificação, se torne uma ocasião para que todos conheçam frei Alberto Beretta e possam aprender e seguir seu exemplo de fé e caridade", sublinhou.
Para o frade capuchinho italiano, Frei Luis Spelgatti, pároco da sede da diocese de Grajaú, a presença de 31 anos de Frei Alberto em Grajaú 'marcou e continua a marcar' profundamente o povo grajauense por ter tido em seu meio alguém que viveu intensamente os ensinamentos do evangelho, pessoa que foi autêntico homem de Deus e que viveu a santidade no amor e no serviço aos irmãos.