Internacional

Representante do Vaticano fala sobre independência de Kosovo

O Vaticano apelou à prudência a respeito da declaração unilateral de independência aprovada este Domingo por unanimidade e aclamação pelo Parlamento do Kosovo, província sérvia de população maioritariamente albanesa.

Numa declaração do Pe. Federico Lombardi, diretor dos serviços de informação do Vaticano, pode ler-se que a Santa Sé “convida em particular os responsáveis políticos da Sérvia e do Kosovo à prudência e à moderação”.

Para a Santa Sé é essencial “um compromisso decidido para esconjurar reações extremistas e derivações violentas, de modo a que se criem a partir de agora as premissas para um futuro de respeito, de reconciliação e de colaboração”.

Depois de assegurar que estes desenvolvimentos foram seguidos com a máxima atenção no Vaticano, o comunicado faz votos de que “o sentido de responsabilidade e o espírito de paz prevaleçam sobre qualquer outro comportamento, seja da parte dos governantes, seja da parte das populações implicadas”.

Sobre o eventual reconhecimento desta declaração de independência, o porta-voz do Vaticano não é completamente explícito: “A declaração unilateral de independência kosovar – que se apoia nas recomendações contidas no plano do mediador das Nações Unidas, Martti Ahtisari – cria uma situação nova, que será naturalmente seguida com grande atenção pela Santa Sé, a qual deverá também avaliar eventuais pedidos que lhe possam chegar a este respeito”.

Bento XVI, pode ler-se, “continua a considerar com afeto as populações da Sérvia e do Kosovo, está próxima delas e assegura as suas orações neste momento essencial da sua história”.

Segundo o Pe. Lombardi, é necessário dedicar uma atenção especial à “salvaguarda da democracia e do Estado de direito”, com o respeito pelos “padrões internacionais relativos ao respeito pelas minorias, sem distinção de etnia, de religião, de língua ou de nacionalidade” no Kosovo.

No início deste mês, Bento XVI recebeu o Presidente do Kosovo, Fatmir Sejdiu. Um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé sublinhava que o encontro serviu para dar uma particular atenção aos desenvolvimentos que decorriam na província.

O Vaticano insistiu sempre na necessidade de “garantir a necessidade e o respeito dos direitos dos habitantes”.

Em 7 de janeiro o Papa pediu que o estatuto definitivo do Kosovo “tenha em conta as legítimas reivindicações das partes em causa” e garanta “segurança e respeito pelos seus direitos a todos os que habitam nesta terra”.

Bento XVI recebeu em dezembro de 2007 o presidente albanês, Bamir Topi, no Vaticano, com o qual debateu a situação do Kosovo, segundo um comunicado oficial da Santa Sé. O Papa e Topi falaram “sobre a necessidade, relativamente à organização jurídica definitiva do Kosovo, de que sejam tidas em conta as exigências fundamentais de todos e que seja esconjurado todo o recurso à violência”.

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