No volume, Ratzinger fala sobre o Papa Francisco, expressando sua alegria e surpresa pela sua eleição, que demonstra que a Igreja é viva e dinâmica
Da redação, com Rádio Vaticano
Foi publicado nesta sexta-feira, 9, o livro intitulado “Bento XVI: últimas conversas”. O volume de 240 páginas foi traduzido em seis línguas: alemão, francês, polonês, espanhol, inglês e italiano.
Trata-se de um livro-entrevista escrito pelo jornalista alemão Peter Seewald, onde Ratzinger destaca as etapas mais importantes de sua vida: a sua infância sob o regime Nazista, a descoberta da sua vocação, os anos difíceis da guerra, o serviço prestado no Vaticano, a forte ligação com São João Paulo II até a sua eleição ao Pontificado e renúncia ao papado.
No volume, Ratzinger fala sobre o Papa Francisco, expressando sua alegria e surpresa pela sua eleição, que demonstra que a Igreja é viva e dinâmica.
Para o Presidente do Conselho de Administração da Fundação vaticana “Joseph Ratzinger, padre Federico Lombardi, uma das pérolas preciosas deste volume é o testemunho da experiência espiritual do “idoso Papa emérito, a caminho da Casa do Pai”.
“Ratzinger dá testemunho de um idoso homem de Deus, que se prepara para a morte, com humildade e humanidade, para este grande mistério de Deus. Ele fala da presença de Jesus Cristo no centro da sua vida. Ele dá uma olhada ao seu passado, dizendo que poderia ter feito muito mais pelos outros”, destacou.
O livro também traz um comentário do Papa emérito sobre a sua renúncia ao Pontificado, as suas imotivadas razões, como se fosse causada pelas dificuldades, escândalos e complôs no seio da Igreja. “Pelo contrário – disse padre Lombardi – depois de resolvidas estas questões e de um longo caminho de discernimento diante de Deus, ele comunicou ao mundo a sua renúncia, sem se arrepender. Estas são os dois principais temas que justificam a publicação deste livro sobre o idoso Papa emérito”.
Padre Lombardi ainda explica que a intenção de Bento XVI foi colocar ao centro de tudo o tema sobre Deus e a fé, com base na plenitude da Sagrada Escritura e na Tradição da Igreja.
“A sua força foi anunciar a fé de modo positivo. Ele sabia que seu Pontificado não seria longo. Por isso, não quis fazer muitos projetos e tomar iniciativas espetaculares, não obstante tenha reforçado o elemento Sinodal e promovido o Ano da Fé”, disse.
“Outro elemento de destaque do seu Pontificado foram as suas obras literárias sobre ‘Jesus de Nazaré’, um importante serviço à Igreja, porque, como diz ele, ‘se não conhecermos a fundo Jesus Cristo, a Igreja não teria motivo de existir’. Esta não era uma teologia separada da vida de Bento XVI, mas consequência da sua profunda espiritualidade. Assim, ele aprendeu a encarar as vicissitudes da Igreja com a ‘sabedoria do coração’, oferecendo e confiando sempre em Deus a sua vida e a sua obra”, completou.
Neste volume, o Papa emérito recebeu um presente especial: o Prefácio escrito a próprio punho do Papa Francisco, que diz, entre outras coisas: “Todas as vezes que leio as obras de Joseph Ratzinger se torna sempre mais claro que ele praticou a ‘teologia de joelhos'”.
Esta expressão de Francisco foi extraída do teólogo Hans Urs von Balthasar, para elogiar o testemunho do predecessor. E Bergoglio acrescentou: “Antes de ser um grandíssimo teólogo e mestre da fé, Bento XVI é um homem que realmente acredita e reza; um homem que personifica a santidade; um homem de paz; um homem de Deus”