Última reflexão

Frei Raniero conduz última pregação do Advento no Vaticano

Voltar ao coração para celebrar um Natal verdadeiro foi o convite do frade capuchinho na última pregação do Advento

Da Redação, com Rádio Vaticano 

O padre Raniero Cantalmessa fez na manhã desta sexta-feira, 23, a quarta e última pregação do Advento na presença do Papa Francisco e de membros da Cúria Romana. O tema desta última reflexão foi “Encarnado por obra do Espírito Santo através da Virgem Maria”.

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No momento do nascimento de Jesus, o mundo não era menos agitado do que hoje, mesmo se tudo ocorria em um círculo mais restrito, observou frei Raniero. As ruas e tavernas fervilhavam de pessoas por causa do censo; as grandes figuras da época, mesmo distantes, eram César Augusto, Herodes. Apenas duas pessoas, Maria e José, tinham conhecimento do evento mais importante, não só daquele tempo, mas de todos os tempos.

A situação se renova, espiritualmente, em cada Natal, lembrou o frade capuchinho. As notícias de atos de terrorismo, de guerras, de pessoas obrigadas a deixar suas casas se sobrepõem e chegam até os dias de hoje em tempo real. Segundo frei Raniero, somente aqueles que forem capazes de silenciar tudo, fora e dentro de si e, com a graça do Espírito Santo, recordar o que se celebra nesse dia poderão dizer que “fizeram” Natal. 

Santo Agostinho – disse o pregador da Casa Pontifícia – distinguia dois modos de celebrar o evento da história da salvação: como modo de mistério (“no sacramento”), ou como simples aniversário. Na celebração do aniversário não se necessita de outra coisa a não ser “indicar com uma solenidade religiosa o dia do ano que marca a memória do evento em si”. Já na celebração como mistério, “não só se comemora um evento, mas você o faz de modo que se entenda o seu significado para nós e o acolhamos de maneira santa”.

O Natal não é uma celebração “no estilo de aniversário” (a escolha da data de 25 de dezembro não é devido a razões históricas, mas simbólicas e de conteúdo); é uma celebração “a modo de mistério” que exige, portanto, ser entendida no seu significado, explicou frei Raniero. São Leão Magno já falava do significado místico do “sacramento do nascimento de Cristo”, dizendo que “os filhos da Igreja foram gerados com Cristo no seu nascimento, como foram crucificados com ele na paixão e ressuscitados com ele na ressurreição”.

 

Frei Raniero conclui a reflexão convidando todos a “retornar ao coração”, para celebrar um Natal mais íntimo e verdadeiro. “O Pai quer gerar em nós a Sua Palavra para poder pronunciar novamente, dirigindo-se a Jesus e a nós juntos, aquela doce palavra: “Tu és meu filho; hoje eu te gerei”(Hb 1,5). Jesus quer nascer em nossos corações. É assim que devemos pensar na fé: como se, nestes últimos dias do Advento, Ele passasse entre nós e batesse de porta em porta, como naquela noite em Belém, em busca de um coração para nascer espiritualmente”. 

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