Especialista alerta para medidas preventivas; quem sofre com as doenças respiratórias conta como lida com o problema
Denise Claro
Da redação
O inverno chegou e com ele muitos sofrem com as consequências do tempo frio, especialmente com as doenças respiratórias. Quem tem crianças em casa precisa redobrar os cuidados.
A pneumologista Ana Rosa de Campos afirma que as doenças mais comuns no inverno são as doenças virais agudas (como resfriado comum, gripes, sinusites e laringites) e as de causa bacteriana (como amigdalites e pneumonias).
“Isso, porque o ar frio e seco do inverno causa ressecamento do muco existente nas vias aéreas, onde estão nossas células de defesa, e atrapalha o funcionamento normal do aparelho contra os micro-organismos causadores de infecções. Além disso, doenças respiratórias pré-existentes como a asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) ocorrem com maior frequência.”
A psicóloga Poliana Marcelino é casada e mãe de três filhos, e todos em casa sofrem com o inverno. Os problemas com asma, bronquite, alergia e rinite se agravam no tempo mais frio.
“Nesta época do ano, temos de ter muito mais cuidados, como com a limpeza da casa, ter sempre as medicações de emergência, antialérgicos, fazer nebulização nos meninos. As crianças também têm problemas de pele devido às alergias, então preciso usar hidratantes e, às vezes, algum remédio. No caso das doenças crônicas e das alergias nós fizemos tratamento com medicamentos e até com vacinas. Foram muito eficazes, mas são doenças que vão nos acompanhar por toda a vida, é preciso aprender a se cuidar.”
A especialista Ana Rosa ressalta que as doenças virais e bacterianas são transmitidas, na maioria das vezes, pelo contato com outras pessoas portadoras do agente infectante, e dependem do estado de imunidade do paciente.
“Por isso a importância de manter hábitos saudáveis como alimentar-se bem, dormir oito horas por noite, evitar excessos, visando manter a integridade do sistema imunológico. Idosos devem evitar grandes aglomerações, onde o contato com as doenças é facilitado. E os grupos mais vulneráveis devem ser vacinados contra a gripe. Esse cuidado cria uma proteção adicional.”
A médica ainda lembra os riscos da automedicação e a importância de buscar atendimento profissional.
“A automedicação pode mascarar os sintomas de doenças mais graves, retardando seu diagnóstico e tratamento correto. Já o uso de antibióticos para infecções virais, que não tem nenhuma ação contra esses agentes, ou antibióticos potentes para infecções leves cria resistência de bactérias aos antibióticos, dificultando seu tratamento, e obrigando o uso de drogas cada vez mais potentes, que igualmente têm efeitos colaterais mais intensos.”