O livro foi publicado por ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais. O prefácio é do arcebispo de Cantuária, Justin Welby
Da Redação, com Vatican News
“Diferentes e unidos: Com_unico, logo existo” este é o título do livro publicado pela Livraria e Editora Vaticana – Dicastério para a Comunicação da Santa Sé. Trata-se de um volume que reúne textos e discursos do Santo Padre, acompanhados por um seu escrito inédito, sobre comunicação e relações humanas. O prefácio do livro é de Justin Welby, Arcebispo de Cantuária, primaz de toda a Inglaterra e líder mundial da Comunhão Anglicana.
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O livro faz parte de “intercâmbios de dons”, uma coleção da editora, caracterizada pela sua vocação ecumênica, que reúne textos e discursos do Santo Padre, acompanhados por um seu escrito inédito. A introdução, geralmente, é assinada por um representante dos irmãos e irmãs das Igrejas e Comunidades eclesiais separadas, com as quais se caminha rumo ao restabelecimento da plena comunhão.
O volume “Diferentes e unidos” contém as reflexões do Santo Padre sobre as relações humanas: relações entre as pessoas criadas à imagem de Deus. “Estas relações humanas são as mais bonitas e frutíferas” – diz o Arcebispo Welby no prefácio – “que fundam suas raízes no amor de Deus por nós”.
Texto inédito do Papa
“Com o olhar de Jesus”: eis o título do texto inédito do Papa Francisco, que parte da sua reflexão sobre a história do “jovem rico”, que pergunta a Jesus: “Mestre, o que se deve fazer para obter a vida eterna”. Então, Jesus dirigiu-lhe seu olhar com amor, porque a fé cristã se baseia na simples afirmação: “Jesus tem natureza divina e Deus é amor”.
Sem este “olhar amoroso” – diz Francisco – “a comunicação humana, o diálogo entre as pessoas, pode facilmente tornar-se apenas um duelo dialético”. À base de toda forma de comunicação e relação humana está a disposição de ouvir o outro e, sobre este tema, diz: “Temos que aprender muito com a lição do Santo cardeal John Henry Newman.
A sua reflexão concentra-se, de modo particular, sobre a dimensão da imaginação e da “disposição” do coração, que desempenha um papel mais importante que o da razão, para que o homem possa, realmente, ser tocado pela experiência da fé”. Neste sentido, a oração é imprescindível para purificar o coração.
Identidade e liberdade podem conviver
Por isso, diz o Pontífice, identidade e alteridade existem e podem conviver em um contexto de coragem, liberdade e oração. A alteridade é vital para a identidade. Minha identidade é um ponto de partida, mas, sem a alteridade, enfraquece.
Eis o ponto crucial: mobilizamo-nos, mais uma vez, no coração do cristianismo: “Jesus fixou seu olhar no jovem e o amou, como pessoa, como dom. Mas diante do seu convite: “Vai e vende tudo e o dê aos pobres… depois, vem e segue-me”, o jovem, entristecido, foi embora, porque tinha muitos bens e, portanto, não era uma pessoa livre. Sem liberdade não há verdade.
O Santo Padre concluiu seu texto inédito, dizendo: “Jesus fixou seu olhar no jovem e, hoje, também em nós, na nossa vida. Assim, ele entra em relação com os homens e se comunica com eles. O olhar de Jesus é um olhar de amor gratuito e generoso, até à total doação de si.