Francisco de Laval e Maria da Incarnação foram canonizados em abril. Papa os recordou neste domingo em missa no Vaticano
Da Redação, com Rádio Vaticano
Neste domingo, 12, o Papa Francisco presidiu, na Basílica de São Pedro, a uma Missa solene de agradecimento pela canonização, ocorrida no dia 3 de abril, de Francisco de Laval, primeiro Bispo do Quebeque (Canadá), que viveu entre 1623 e 1708 e de Maria da Incarnação, uma religiosa orsolina, francesa, falecida em 1672, com 73 anos de idade, considerados os fundadores da Igreja no Quebeque.
O Papa centrou a sua homilia na figura do missionário. Partindo das palavras do profeta Isaías, segundo as quais “O Senhor Deus enxugará as lágrimas em cada rosto”, o Papa disse que estas palavras de esperança indicam a meta em direção à qual caminhamos; palavras que delineiam a vocação dos missionários.
“Os missionários são aqueles que, dóceis ao Espírito Santo, têm a coragem de viver o Evangelho. Os missionários são aqueles que dirigiram o olhar a Cristo crucifixo, acolheram a sua graça e não a mantiveram só para si (…) com a força de Deus tiveram a coragem de ‘sair’ pelas vias do mundo com confiança no Senhor que os chama”.
Recordando depois que a missão evangelizadora da Igreja é essencialmente anuncio do amor, da misericórdia e do perdão de Deus, o Papa frisou que os missionários serviram a Missão da Igreja, levando a todos os mais pequenos e mais longínquos, o Pão da Palavra de Deus, o dom inexaurível do amor que brota do próprio coração do Salvador.
“Assim foram São Francisco de Laval e Santa Maria da Incarnação” – prosseguiu o Pontífice, deixando dois conselhos aos peregrinos canadenses: em primeiro lugar a fazerem memória daqueles que lhes anunciaram a Palavra de Deus, a olharem para o êxito da sua vida e a imitarem a sua fé, pois que são “testemunhos fecundos que geram vida”.
Em segundo lugar a recordarem-se daqueles primeiros dias em que depois de terem recebido a Palavra de Cristo, tiveram de suportar uma luta grande e penosa. O Papa exortou-os a perseverarem nesse caminho com franqueza, e recordou-lhe que prestar homenagem àqueles que sofreram para lhes levar o Evangelho, significa levar para a frente a boa batalha da fé, com humildade, sem alaridos e com a misericórdia na vida de cada dia.
“Memória daqueles que nos precederam, daqueles que fundaram a nossa Igreja, a Igreja fecunda do Quebec, fecunda em tantos missionários que foram por todo o lado; o mundo foi enchido de missionários canadenses como estes dois”.
Que esta memoria, aconselhou o Papa “não nos leve a abandonar a franqueza, a coragem, porque o diabo” – disse – “é invejoso e não tolera que uma terra seja tão fecunda de missionários”. E pediu orações a fim de que “o Quebec volte a percorrer o caminho da fecundidade, a dar ao mundo tantos missionários.
“E estes dois que fundaram, por assim dizer, a Igreja do Quebec nos ajudem como intercessores; que a semente que eles semearam cresça e dê frutos de novos homens e mulheres corajosos, clarividentes com o coração aberto ao chamado do Senhor”.
O Papa acrescentou ainda que é isto que se deve pedir hoje para o Quebec, que volte a ser aquela fonte de bons e santos missionários. E recordou aos canadenses que este é o significado da sua peregrinação: fazer com que essa memória dos missionários “nos sustente no caminho em direção ao futuro, em direção à meta quando o Senhor enxugará as lágrimas em cada rosto.”