No encontro com o mundo do trabalho de Prato, Francisco defendeu trabalho digno para todos e o combate ao câncer da corrupção
Da Redação, com Rádio Vaticano
Em sua visita a Prato nesta terça-feira,10, o Papa Francisco encontrou-se com o mundo do trabalho na Praça da Catedral de Prato. No discurso, voltou a enfatizar a necessidade da cultura do encontro e de combater a corrupção.
Francisco destacou o convite que Deus faz ainda hoje, para que as pessoas não fiquem fechadas na indiferença, mas se abram e possam compartilhar a alegria de encontrar Deus.
O Santo Padre encorajou os presentes a arriscarem, a se aproximarem dos homens e mulheres do tempo atual e se envolverem sem medo, pois não existe fé sem riscos. Nesse sentido, ele agradeceu aos cidadãos de Prato pelos esforços desta comunidade na integração, contrastando a cultura da indiferença e do descarte. Elogiou ainda as iniciativas de inclusão dos mais frágeis.
Inspirado nas palavras de São Paulo, que convida os fiéis a vestirem uma couraça ‘particular’, a de Deus, que combate os espíritos do mal e cinge com a verdade. “Não se pode fundar nada de bom sobre as tramas da mentira e da falta de transparência. Procurar e optar sempre pela verdade não é fácil; é uma decisão vital que marca profundamente a existência de cada um e da sociedade, para que seja mais justa e honesta. A sacralidade de todo ser humano requer, para cada um, respeito, acolhida e um trabalho digno”.
Tragédia do trabalho
Em uma parte improvisada do discurso, Francisco recordou os sete operários chineses mortos há dois anos em um incêndio na zona industrial de Prato. Moravam dentro do galpão no qual trabalhavam, em um dormitório feito de reboco: uma tragédia da exploração, disse, que representa condições de vida desumanas.
“A vida de toda comunidade exige que se combatam, até o fim, o ‘câncer’ da corrupção e o veneno da ilegalidade. Dentro de nós e junto aos outros, não nos cansemos de lutar pela verdade!”.
Encorajamento aos jovens
No faltou no discurso do Papa uma referência aos jovens. Francisco convidou os jovens a não cederem ao pessimismo e à acomodação. “Maria é quem transformou o sábado da desilusão no alvorecer da ressurreição. Quem se sente cansado e oprimido pelas circunstâncias da vida, confie em nossa Mãe que está perto de nós e nos consola”.
Um ‘ciao Papa’ escrito em chinês saudou o Papa enquanto o pároco da comunidade, padre Roberto, doou ao Pontífice dois quadros em estilo chinês retratando Santa Maria e o Espírito Santo. Ao final do encontro, aplausos e os gritos “Francesco” ecoaram em toda a Praça.