Papa Francisco recebeu religiosas do 37º Capítulo Geral da Congregação de Jesus-Maria
Da redação, com Vatican News
“Devemos olhar o nosso mundo com simpatia, sem medo, sem preconceitos e com coragem, como Deus olha para ele, sentindo como nossas as dores, as alegrias e as esperanças dos nossos irmãos; e daí anunciar com a vida e a palavra, e fazer ‘conhecer e amar Jesus e Maria’, com a criatividade de diaconias e obras de apostolado.”
Foi o que disse o Papa às participantes do 37º Capítulo Geral da Congregação de Jesus-Maria (cerca de 70 religiosas), recebidas por Francisco no final da manhã deste sábado, 5, na Sala do Consistório, no Vaticano.
O Santo Padre aludiu ao tema escolhido pelas religiosas para o Capítulo: “Em caminho, com esperança, como uma família apostólica” – tomando como ícone bíblico a visitação de Nossa Senhora a sua Prima Isabel, referindo-se em seguida à fundadora da Congregação, Santa Claudina Thévenet, que iniciou esta obra apostólica sobre os pequenos e sobre a pobreza. “Nestes 200 anos difundiu-se no mundo inteiro, a ponto de estar presente hoje em 28 países e em 4 continentes”, ressaltou.
Em seu discurso o Santo Padre indicou às religiosas três caminhos para continuar caminhando, haurindo-os da oração que serviu a elas para a preparação do Capítulo Geral.
Testemunhas da bondade misericordiosa de Deus
“O primeiro caminho é ser testemunhas da bondade misericordiosa de Deus. Esta foi a experiência fundante de Santa Claudina, conhecer a bondade de Deus, um Deus misericordioso que perdoa.”
“A fundadora de vocês soube olhar a realidade a partir de Deus que é bom e ama as pessoas com um amor incondicionado. Deus nos olha e nós experimentamos a sua misericórdia; com a sua bondade muda a realidade amando-a.”
“Somente com este olhar tornam-se novas todas as coisas; somente deixando-nos olhar pelo Senhor, como a Virgem Maria, poderemos olhar a realidade com os olhos de Deus e ser suas testemunhas, porque o olhar de Deus muda e educa o nosso olhar”, ressaltou.
Vida de fraternidade e solidariedade
“O segundo caminho para caminhar é vida de fraternidade e solidariedade. Vocês são um corpo apostólico que vive em comunidade fraterna. Desse modo se encorajam reciprocamente no seguimento de Jesus e suscitam novas vocações. É necessário aprofundar a comunidade com relações sempre mais evangélicas, de modo que se tornem fraternidade sempre mais apostólicas, irmãs em missão, capazes de ‘contagiar’ outros jovens a fim de que possam seguir esta forma de consagração.”
Para tal fim é preciso abrir-se ao encontro com os jovens: mediante o testemunho poderão ver em vocês algo diferente que o mundo não pode oferecer: a alegria de seguir Cristo. “A vida fraterna em comunidade é profecia para o mundo”, enfatizou.
Discernir e ter a coragem de ir além
“O último caminho que gostaria de indicar é discernir e ter a coragem de ir além. A Igreja é missionária, porque Deus é missionário. Deus se abre em saída, entra no mundo e assume o humano. Vocês participam desta missão com a vida e o apostolado de vocês, porque o testemunho é primordial na evangelização.”
Antes de despedir-se, o Santo Padre quis deixar uma premente exortação para as religiosas: “como o amor se demonstra nas obras, não se cansem de mostrar a bondade de Deus mediante as obras apostólicas que realizam”.